Resumo

Embora a história social do esporte tenha florescido nas duas últimas decadas, as ligações entre o esporte e as relações internacionais parecem estar recebendo, ainda, pouca atenção nos estudos que tratam do assunto. Como forma de contribuição, esta pesquisa, focada na revisão de literatura, teve por objetivo discutir o papel das Relações Internacionais (RI) como ferramenta política estratégica na organização de grandes eventos esportivos. No início da era moderna os mega-eventos serviram para a afirmação da nação-Estado, tiveram funções de construção de cultura, identidade e cidadania tanto para as elites quanto para o povo em geral, e essas funções sobreviveram ao longo dos anos até o período denominado de “modernidade tardia” (GIDDENS, 2002), período em que a midiatização e a globalização se tornaram características patentes de desenvolvimento social. O esporte, a sociedade e as RI estão profundamente entrelaçados precisamente porque o esporte combina a importância da proximidade e do resto do mundo. O esporte internacional de alto rendimento, envolvendo um conjunto de atores não-estatais, está sendo visto cada vez mais como um tema adequado ao discurso diplomático. Mesmo no caso da diplomacia relacionada com os Jogos Olímpicos já é notório o emprego de diplomacia multifacetada, envolvendo as administrações políticas nas esferas municipal, estadual e nacional, bem como os interesses comerciais durante o processo de candidatura à organização dos Jogos. A revisão de literatura evidenciou a importância das RI na organização de grandes eventos esportivos.

Arquivo