Resumo

Por meio dessa dissertação, investigamos as tendências ideológicas dos cursos de licenciatura em Educação Física (EF) a distância no Estado de Goiás. Para isso, trabalhamos em três frentes: análise dos aspectos históricos da formação superior em EF; a discussão sobre a associação da educação à ideologia do capital humano; e por último um estudo empírico sobre as tendências ideológicas dos cursos de EF a distância ofertado pela UFG e Unopar, interpretando a exploração dos instrumentos de linguagem que são utilizados para mascarar o real sentido da educação para o capital. Utilizamos o materialismo histórico-dialético como princípio orientador do percurso metodológico do nosso estudo, utilizando como técnicas a pesquisa bibliográfica, documental e de campo (entrevista semi-estruturada). Nosso objetivo foi aproximar ao máximo da essência do objeto por meio de sucessivas aproximações, identificando nexos e contradições presentes nos discursos dos tutores e orientadores acerca do curso e da formação de professores de EF na modalidade a distância. Assim, entremeio o desafio e o ineditismo de conhecer e analisar as ideologias que estão por trás destes discursos que subsidiam a formação, concluímos que há indícios de que essa formação na IES privada é primordialmente voltada para a empregabilidade com o mínimo de preocupação com a formação humana para a emancipação do sujeito. Na IES pública, o discurso não tem esse direcionamento no âmbito da formação, mas compreende-se que a política da UAB por precarizar a atuação docente, dentre outras questões estruturais, impede uma ação formativa mais comprometida com uma educação progressista, fora dos parâmetros do capital, e no combate a ideologia neoliberal burguesa. Diante destes fatores macroestruturais, temos que o problema não é a modalidade a distância em si, mas que sob o domínio do capital, a EAD se torna um negócio muito lucrativo e compromete a qualidade do ensino.

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