Resumo

Nesta conferência, estivemos revisando as inúmeras barreiras que impedem que pessoas e grupos desfrutem de seu direito ao lazer. As sessões anteriores lidaram com as barreiras físicas e sócio-econômicas, esta sessão preocupa-se com barreiras simbólicas, que podem manifestar-se em uma série de esferas, como étnica ou religiosa, de identidade racial ou ideológicas, ou aquelas que são estruturadas em torno de gênero ou classe, e elas podem ser geradas tanto externamente quanto internamente. Nesta sessão, a proposta é refletir sobre os desafios enfrentados por sociedades multiculturais com dinâmica de poderes desiguais, e sobre o que é preciso para conviver com e respeitar a diversidade quando se trata de garantir o lazer como um direito de todos. Eu compreendo porque fui convidada para fazer esta palestra: eu sou uma mulher ganesa, filha de um pai cujo povo é matrilinear e de uma mãe cujo povo é patrilinear, de dois grupos étnicos distintos, o da minha mãe é hoje predominantemente urbano, do coração da capital, o povo do meu pai é ainda predominantemente rural do sertão estéril do país. Mas, apesar de ter nascido em Gana, fui criada na Holanda, no México e na Inglaterra, e passei toda a minha vida adulta como uma professora afro-britânica lecionando estudos afro-americanos e africanos em uma universidade nos Estados Unidos como antropóloga cultural em um departamento de literatura, no qual eu sou uma poetisa que ensina basicamente narrativa de ficção. Eu entendo a existência multicultural! E eu não apenas a vivo, eu a ensino. Desde o momento em que iniciei minha tese de doutorado, há quarenta anos, fazendo um estudo sobre as imagens da África na ficção popular do pós-Segunda Guerra Mundial, a questão das barreiras simbólicas criadas por instituições culturais de todos os tipos tem sido uma indagação exaustiva.

Acessar