Resumo

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Estudos na área de lesões esportivas em atletas com deficiência apresentam, em sua maioria, um desenho de pesquisa que agrega dados de diferentes deficiências (físicas e sensoriais) e modalidades esportivas, criando dificuldades na interpretação dos resultados. Este estudo teve como objetivo principal analisar a frequência das lesões esportivas em atletas com deficiência visual, além de identificar as áreas corporais mais lesionadas, o mecanismo das lesões esportivas, as principais lesões esportivas que acometem os atletas com deficiência visual e verificar se o grau de deficiência visual apresenta relação com a incidência de lesões esportivas. Fizeram parte do estudo atletas com deficiência visual, de ambos os sexos, integrantes da seleção brasileira nas modalidades de atletismo, futebol de 5, goalball, judô e natação, em competições internacionais, entre os anos de 2004 e 2008. Os dados foram coletados através de uma ficha médica e fisioterápica utilizada pela Confederação Brasileira de Desporto para Cegos e pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro. Participaram do estudo 131 atletas, sendo 42 do sexo feminino e 89 do sexo masculino, 61 com classe visual B1, 46 com classe B2 e 24 com classe B3. Deste total, 102 atletas apresentaram 288 lesões resultando em uma média de 2,82 lesões por atleta. Atletas do sexo feminino lesionam mais que atletas do sexo masculino; porém, essa diferença não é estatisticamente significante. Com relação à classificação visual, atletas B1 lesionam mais que B2 e esses mais que B3; porém, só foi encontrada diferença significativa entre os atletas B1 e B3. Foi encontrado valor próximo entre lesões por acidente esportivo e sobrecarga. A respeito dos segmentos corporais, os membros inferiores foram mais acometidos, seguido por membros superiores, coluna, cabeça e tronco. Foram encontrados 21 diagnósticos diferentes, sendo mais frequentes as tendinopatias, contraturas e contusões. 

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