Resumo

As decisões sobre estratégias de treinamento requerem o conhecimento sobre as variáveis determinantes da performance e das características dos atletas. No Mountain Bike (MTB), verifica-se um crescimento do número de atletas e de competições de alto nível, restando a necessidade de uma descrição de variáveis associadas a esta evolução. O objetivo deste estudo foi descrever aspectos fisiológicos, nutricionais e de treinamento desportivo em mountain bikers brasileiros. Vinte e nove mountain bikers receberam um questionário com perguntas sobre nutrição e treinamento desportivo. Em seguida, foram submetidos a um teste progressivo no ciclo-simulador, com 90 – 110 rpm (rotações por minuto), com carga inicial de 100 W e incremento de 30 W a cada três min, até a exaustão. A freqüência cardíaca (FC) foi registrada durante todo o teste. As características dos participantes revelam que o grupo apresenta os valores de carga máxima aeróbia (Wmáx 315,6 ± 34,7 W) e carga no ponto de deflexão da freqüência cardíaca (WPDFC 258,2 ± 35,6 W) inferiores aos atletas da elite internacional no MTB. Muitos atletas não apresentam acompanhamento de profissional habilitado, além de não serem submetidos à avaliação física, o que implica na baixa utilização de variáveis fisiológicas para prescrição e controle do treinamento. 83% utilizam suplementos alimentares sem uma prescrição profissional. Apesar da evolução e da quantidade de informação específica sobre o MTB, os dados obtidos indicam que grande parte dos mountain bikers brasileiros continua treinando de forma artística, em discordância com o treinamento desportivo contemporâneo. Palavras-chave: Mountain Bike, Treinamento Desportivo, Freqüência Cardíaca.

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