Resumo

A complexidade que envolve a formação do deficiente mental na passagem da adolescência para a fase adulta bem como a necessidade de entender com maior clareza como se dá essa transição para a "vida ativa", motivaram esse estudo. Essa pesquisa investigou em quatro instituições especiais da região de Campinas, programas de preparação de pessoas portadoras de deficiência mental para o trabalho e como a Educação Física tem sido considerada. Foram entrevistados dez profissionais, doze aprendizes vinculados aos referidos programas e seis egressos que passaram pelos mesmos. A metodologia utilizada que constou de entrevista semi-estruturada, observação nos próprios locais de preparação e de trabalho e análise de alguns documentos, possibilitou evidenciar pontos importantes confirmando algumas preocupações previamente levantadas. Do ponto de vista mais amplo, com relação às entrevistas dos profissionais, pode-se perceber a necessidade de maiores reflexões sobre valores que incluem preparação para o trabalho e para a vida. Evidenciou-se também, de forma mais específica, algumas contradições com relação ao discurso de alguns profissionais e as suas práticas institucionais, ficando, obviamente, algumas por conta de problemas apresentados que não dependem exclusivamente do profissional, mas de toda uma estrutura instalada. As entrevistas dos aprendizes e egressos confirmaram a necessidade de ouvi-los: "essa escola é boa porque aqui todo mundo aprende", "aqui eu tenho amigos". A idéia de que alguém deve falar por eles deverá ser no mínimo repensada, ficando também evidente alguns desencontros sobre o que se pensa da pessoa portadora de deficiência mental e sobre suas possibilidades. Concluindo, esse estudo relata que não há como generalizar a visão sobre o atendimento de uma clientela tão diversificada e faz referência sobre a necessidade de formar (educar) essas pessoas no contexto de suas vidas, não desconsiderando o impacto das mudanças que vem ocorrendo no mundo 

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