Resumo

Apesar do grande potencial de navegação, o iatismo é uma modalidade elitizada no Brasil e, mesmo assim, conta com atletas de destaque que garantem medalhas ao quadro olímpico brasileiro. BRONFENBRENNER e MORRIS (1999) denominam de disposições geradoras os aspectos que acionam ou mantém o indivíduo em interação com o ambiente. Em oposição estão as disposições disruptivas, que podem interferir, retardar ou impedir essa ocorrência. O objetivo deste estudo é identificar as disposições geradoras que influenciam nos contextos da iniciação esportiva, dos recursos disponíveis para sua manutenção e as disposições disruptivas dos iatistas brasileiros de diferentes categorias. A amostra foi composta por 172 atletas, 48 do sexo feminino e 124 do sexo masculino com faixa etária de 10 até 60 anos. Foi utilizado um questionário estruturado e elaborado pela Rede CENESP - Centro Nacional de Esporte, através do projeto "Perfil do Campeão" e aplicado por uma equipe de pesquisadores da UDESC especificamente treinada para este fim. A coleta de dados ocorreu durante o desenrolar de competições ocorridas durante o ano de 2003. Foram utilizadas a freqüência simples, médias e desvio padrão para análise dos dados. Os resultados apontaram uma forte influencia dos pais, na sua maioria velejadores, na iniciação esportiva da vela que se deu, em 75,6% dos casos, na escolinha de um clube esportivo aos 9,5 anos de idade em média. Apenas 27,9% dos atletas recebem apoio financeiro de algum órgão ou entidade. Mesmo assim, 78,4% dos atletas afirmam que nunca pensaram em abandonar o iatismo. A falta de apoio financeiro e das entidades mantenedoras são a principal disposição para o abandono de 21,6% dos atletas participantes da amostra. Outros fatores como a falta de tempo para o lazer ou resultados ruins foram citados com menor freqüência. Os resultados apresentados poderão ser relevantes na elaboração de estratégias pontuais que contribuam ainda mais no desenvolvimento de atletas olímpicos.

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