Resumo

Cada vez mais, estudos têm sido realizados para suprir as limitações de instrumentos de cunho teórico/prático para se trabalhar o avanço e controle dos aspectos psicológicos no esporte. De acordo com Campão e Cecconello (2008), o desenvolvimento humano dá-se nos aspectos: cognitivo, físico e psicossocial, que se referem às alterações corporais, mentais e sobre a capacidade que o indivíduo possui para interagir com o meio através das relações sociais.
No esporte, os indivíduos sempre lidam com questões relativas à convivência, personalidade e com a obtenção de traços próprios. E os efeitos destes conflitos podem fortalecê-los ou deixá-los mais frágeis, assim, intervindo em sua ação durante qualquer atividade. 
Por isso, focamos a importância da identificação dos aspectos psicossociais vistos no dia a dia do esportista, para a elaboração de ações que causem a melhoria máxima do mesmo e, também possa facilitar o trabalho dos profissionais envolvidos.
Analisar os aspectos psicossociais em esportistas universitários, a partir da teoria do desenvolvimento de Erikson (1976), a fim de identificar a influência desses aspectos nos mesmos.
O estudo se define por ser uma pesquisa de levantamento com esportistas universitários de Natal/RN. A amostra foi formada por 33 universitários, com faixa etária compatível aos estágios “Intimidade versus Isolamento” e “Geratividade versus Estagnação” da teoria psicossocial de Erik Erikson. Aplicamos o Questionário de Avaliação Psicossocial do Atleta (SAMULSKI; NOCE, 2000), para entendermos melhor os aspectos psicossociais da amostra. O questionário consiste em 28 questões de múltipla escolha, onde pode ser selecionado mais de um item. Para a análise, utilizamos método quantitativo baseado na frequência das respostas e, uma análise qualitativa, para a interpretação e discussão das mesmas.
Ao indagarmos a amostra do estudo sobre quais tipos de apoio eles receberam da família para praticar esporte, o item “apoio financeiro” foi o mais escolhido (71,9%) e o menos escolhido “conversa sobre problemas gerais” (34,4%). Osório (1996), afirma que a família tem a função de suporte para as ansiedades existenciais dos seres humanos durante a sua vida, auxiliando-os na superação das “crises vitais” pelas quais todos os indivíduos passam. O sucesso da carreira de um esportista pode ser atrelado ao apoio familiar, uma vez que, eles ajudam no desenvolvimento da autoestima, identidade e na aquisição de valores 
Já os motivos que facilitam a amostra a praticar esportes, o item mais escolhido foi “força de vontade” (90,6%). Quando desenvolvida em níveis ideais pelo atleta, a autoconfiança auxilia no desempenho esportivo, reforçando as emoções positivas, aumentando a concentração, estabelecendo metas mais desafiadoras, aumentando o esforço e desenvolvendo estratégias efetivas (MACHADO, 2006). Sabemos que os obstáculos diários são inevitáveis, sobretudo quando é preciso conciliar a rotina acadêmica com a esportiva, mais o trabalho e outros compromissos. As razões que podem dificultar a prática são inúmeras, porém, se o esportista estiver com o nível de motivação, foco e satisfação elevados, certamente, será mais fácil manter a atividade.
Relacionando estes conceitos com o esporte, podemos perceber que os aspectos psicossociais estão ligados à prática esportiva e, possuem grande significado na carreira de um atleta. De acordo com o estudo, verificamos que grande parte dos motivos possui ligação com fatores sociais, podendo se apresentar com fator determinante para o progresso da prática.
Estes aspectos nem sempre determinam a permanência ou o abandono do atleta na atividade, mas certamente revelam-se com um dos pontos que merecem atenção ao se trabalhar com o esporte.

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