Resumo

A proposição básica deste trabalho foi a de estudar a resistência especifica (RE) na corrida de 5.000 metros> Para tanto, participaram 18 corredores com experiências na prova e com recordes pessoais na distancia que oscilaram de 13 min. 42,67 seg. a 15 min 43,4 seg. A velocidade media de competição (Vmc) foi considerada como expressão global da RE (variável critério do estudo), sendo as variáveis Vv (variação da velocidade durante a competição) e a Vmf (velocidade media nos últimos 1.000 metros de corrida) tomadas como variáveis parciais de expressão externa da RE. Como expressão das adaptações fisiológicas relativas aos níveis da RE, adotou-se a velocidade de corrida em que ocorreu a deflexão da linearidade da relação freqüência cardíaca e velocidade de corrida (Vd) identificada através do teste de Concoi. Os tempos que permitiram o cálculo da Vv e da Vmf foram adquiridos em duas competições oficiais através de tomadas de cada intervalo de 200 metros de corrida. A Vd foi identificada através da aplicação do teste de Conconi num período de no máximo 100 dias antes ou depois da participaçã9o do corredor numa das competições. No calculo da Vv testou-se 7 procedimentos e optou-se pelo estudo com frações de 1000 metros (Vv 4 x 1000), retirando-se os últimos 1000 metros, por este procedimento representar mais adequadamente as diferenças do nível entre os corredores. A identificação da Vd permitiu a determinação das variáveis derivadas (Vmc-Vd) assumida como expressão parcial do metabolismo glicolítico participante na competição, a (Vmc-Vd) % como expressão relativa da Vmc, a freqüência cardíaca na velocidade de deflexão (FCVc) e a inclinação da reta representativa da função freqüência cardíaca e velocidade de corrida (INCL). Na analise destas variáveis procedeu-se ao estudo das relações destas com a variável critério (Vmc) e o grupo de corredores foi dividido (n=18) em dois subgrupos, tendo-se como critério o desempenho nas duas provas em estudo; assim, o G1 (n=9) foi constituído pelos corredores mais rápidos e o G2 (n=9) foi constituído pelos corredores mais lentos, para em seguida estudar-se as diferenças entre as medias dos dois subgrupos relativas a todas as variáveis em analise, adotando-se o nível de 5% para determinar-se a igualdade ou desigualdade entre os subgrupos. No estudo da Vv foi identificado um padrão de variação da velocidade durante a prova e da mesma forma nos últimos 1.000 metros, independente do nível do rendimento, embora os corredores mais lentos tenham apresentado uma oscilação maior na velocidade durante a prova e uma menor aceleração maior na velocidade durante a prova e uma menor aceleração no final da corrida. As variáveis Vv 4 x 1000 e Vmf apresentaram um coeficiente de correlação significativo com a Vmc (r= - 0,519 e r=0,888), enquanto que a Vd apresentou um coeficiente de r=0,469 (p> 0,05): as demais variáveis não apresentaram correlação com Vmc. As diferenças entre as médias dos G1 e G2 apresentaram valores significativos para variáveis Vmc, Vv 4 x 100, Vmf, (Vmc-Vd)%. Conclui-se que as variáveis empregadas no estudo da RE na corrida de 5.000 metros permitem o levantamento do perfil de RE em cada corredor sem apresentar possibilidades de novos estudos que permitam uma maior interação entre as avaliações de laboratório e as de campo, extensíveis a outras distancias de corrida, para que as inter-relações dos diversos aspectos envolvidos na RE sejam melhor entendidos.

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