Resumo

A permanência em pé por um determinado período de tempo exige que os indivíduos produzam periodicamente mudanças posturais, que podem favorecer a adoção de posturas mais assimétricas. Diante da deterioração do sistema de controle postural, é possível que idosos tenham uma dificuldade em permanecerem assimétricos em atividades do cotidiano. Em adição, variações no padrão de ativação muscular podem aumentar o gasto energético e levar os idosos a fadiga, o que resulta em sérias consequências como aumento no risco de quedas. Acredita-se que mudanças posturais durante a postura relaxada ocorram distintamente em adultos jovens e idosos, podem exigir esforços musculares variados e assim influenciar no gasto energético. O presente estudo investigou as assimetrias posturais, ativações musculares e gasto energético em adultos jovens e idosos saudáveis na postura ereta. Cinquenta e três jovens e 16 idosos permaneceram em diferentes posturas enquanto registrou-se as assimetrias na distribuição de peso ao longo do tempo (ADPm). Todos os idosos e 12 jovens submeteram-se ao registro eletromiográfico para análise dos padrões de ativação muscular de músculos da coxa e perna, e 7 indivíduos de cada grupo foram submetidos ao registro de gases para análise do gasto energético, consumo de oxigênio (VO2), quociente respiratório (R) e medida de frequência cardíaca. Os idosos apresentaram dificuldade na transferência de peso em posturas mais assimétricas e ambos os grupos apresentaram ligeira assimetria na postura ereta quieta (em torno de 5±4% de ADPm). Na postura relaxada a maior parte do tempo os indivíduos permaneceram em faixas de pequenas assimetrias, seguido de um tempo menor em posturas significativamente assimétricas. Em geral, as ativações musculares foram maiores em idosos, porém eles foram capazes de recrutar músculos de modo similar aos jovens. O aumento da atividade do músculo gastrocnêmio foi proporcional às posturas mais assimétricas em ambos os grupos. O gasto energético não sofreu grandes variações em condições de simetria ou assimetria posturais em jovens e idosos, porém parece que o aumento do gasto energético nos idosos está relacionado com o aumento da atividade muscular, o que poderia justificar a adoção de posturas menos assimétricas por parte desses indivíduos. Os resultados do presente estudo levantam a questão da possibilidade de haver maior gasto energético, principalmente em idosos, e abre novas possibilidades para que futuros estudos possam compreender a demanda metabólica envolvida na manutenção da postura ereta

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