Resumo

Introdução: A Doença Renal Crônica é um importante problema de saúde em todo o mundo, com repercussões sistêmicas de evolução progressiva, ocasionada em grande parte dos casos pelos efeitos deletérios renais da hipertensão arterial. É possível destacar o declínio funcional, como o principal ponderador para elevação das taxas de morbidade e mortalidade. Que reporta a necessidade de métodos que visem prevenir, retardar ou minimizar os agravos renais e cardiovasculares. Objetivo: Analisar a associação da albuminúria com o nível de atividades físicas e capacidade funcional em indivíduos portadores de hipertensão arterial. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo transversal, com casuística composta por pacientes hipertensos, de todas as unidades de saúde de Itaí, com idade mínima de 18 anos, com algum grau de albuminúria, avaliados através do uso de fita reagente e quantificada pelo exame de urina 24 horas, o nível de atividades físicas foi avaliado com uso do questionário internacional de atividades física IPAQ, a capacidade funcional foi avaliada através da execução do teste de caminhada de seis minutos (TC6), o índice de dispneia pela escala modificada de Borg e a rigidez arterial foi aferida através da velocidade de onda de pulso (VOP). Para análise dos dados os indivíduos foram divididos em três grupos em conformidade ao grau de albuminúria, sendo <10mg/24h, 10mg/24h a <30mg/24h e 30mg/24h ou valores superior. As variáveis categóricas foram expressas por números absolutos e porcentagem e comparadas pelo teste do qui-quadrado. As variáveis contínuas e de distribuição paramétrica foram comparadas pela análise de variância de uma via e expressos em média e desvio padrão. As variáveis contínuas e de distribuição não paramétrica foram comparadas pela análise de variância para dados não paramétricos e expressos em mediana e intervalo interquartílico. A significância estatística foi definida ao nível de 0,05. Resultados: Foram analisados 231 pacientes hipertensos, destes 53 apresentavam proteinúria ao exame de urina tipo 1 e 44 concluíram as avaliações propostas. Não foram encontrados valores significantes na associação entre a albuminúria e nível de atividade física, capacidade funcional no TC6 e suas variáveis hemodinâmicas, aos valores antropométricos, ao índice de rigidez arterial, a pressão arterial central, classes de anti-hipertensivos, exames laboratoriais taxa de filtração glomerular. Houve associação entre albuminúria e maior nível da pressão arterial periférica sistólica com valor de p=0,02, bem como índice de dispneia na escala de esforço nos momentos de repouso e posterior ao esforço da execução do TC6 com valores de p=0,02 e p<0,01 respectivamente. Conclusão: Não houve associação do grau de albuminúria com nível de atividade física ou capacidade funcional de pacientes hipertensos. Com isto, é possível crer na hipótese que a execução de atividades físicas não esteja associada ao aumento da albuminúria, assim, a inserção de atividades físicas pode ser um método seguro quanto à albuminúria no manejo da DRC, sendo necessário um estudo prospectivo de intervenção para melhor análise desta informação

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