Resumo

Fatores de risco bioquímicos para as doenças cardiovasculares surgem na infância e na adolescên- cia com grande chance de permanecerem na vida adulta. O objetivo do presente estudo foi veri- ficar possíveis associações entre atividade física (AF) e marcadores bioquímicos em adolescentes de escolas públicas. Trata-se de um estudo transversal. Por meio de questionários foram coletados dados demográficos e informações sobre AF e consumo alimentar. Também foram realizadas avaliação antropométrica e coleta de sangue para análises bioquímicas (Colesterol total, Lipopro- teína de alta densidade, Lipoproteína de baixa densidade, Triacilglicerol, Insulinemia e Glicemia). A amostra foi constituída por 199 adolescentes com idade entre 10 e 14 anos.  O teste de Mann Whitney foi utilizado para comparar variáveis contínuas entre os sexos. Para verificar a associação entre as variáveis AF e os indicadores bioquímicos foram usados modelos de regressão logística múltiplos, ajustados por estado nutricional, maturação sexual, densidade energética e sexo. Dos 199 adolescentes, 57,3% eram meninas e 65,8% eram insuficientemente ativos. Os meninos apre- sentam um tempo maior de AF comparado às meninas (p=0,013), e as médias de triacilglicerol e resistência à insulina das meninas são significativamente maiores que a dos meninos (p<0,001 para ambas). Verificou-se que ser mais ativo apresentou efeito protetor contra valores indesejáveis de Lipoproteína de alta densidade (HDL). Conclui-se que a AF é uma excelente ferramenta para manter a HDL em níveis saudáveis independente de estado nutricional, maturação sexual, consumo alimentar e sexo. As variáveis Colesterol total, Lipoproteína de baixa densidade, Triacil- glicerol, Insulinemia e Glicemia não apresentaram associação com a prática da AF.
 

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