Resumo

Objetivou-se verificar a associação entre mudanças no uso de internet e na prática de atividade física no lazer ao longo de quatro anos em idosos do estudo EpiFloripa Idoso. Estudo populacional longitudinal, com idosos residentes em Florianópolis/Brasil, entrevistados em 2009-10 (baseline) e em 2013-14 (seguimento). O desfecho foi o nível de atividade física no lazer autorreferido, mensurado pelo Questionário Internacional de Atividade Física versão longa, avaliado de forma longitudinal (manteve-se inativo; passou a ser inativo; passou a ser ativo; manteve-se ativo). Outras variaveis foram: sexo; idade (em anos completos); renda familiar per capita em Reais; escolaridade (em anos de estudo); uso de internet avaliado longitudinalmente (manteve o não uso; deixou de usar; passou a usar; manteve o uso); e o declinio cognitivo no baseline avaliado pelo Mini Exame do Estado Mental. Foram estimados razão de riscos relativos (RRR) ajustados pelas variáveis independentes, por regressão logística multinomial. Foram entrevistados 1.705 idosos no baseline e 1.197 no seguimento. A prevalência de manter-se ativo fisicamente no lazer (no seguimento) foi de 15,8% (IC95%=12,6-19,0) e associou-se ao sexo masculino (RRR=2,14; IC95%=1,50-3,05), menor escolaridade (RRR=0,99; IC95%=0,99-0,99), a passar a usar (RRR=4,1; IC95%=2,06-8,55) e a manter-se usando internet (RRR=5,52; IC95%=3,25-9,36). Os resultados deste estudo podem ter grande impacto nas políticas de envelhecimento ativo e saudável pois mostram que além de estimular a prática regular de atividades físicas de lazer deve-se estimular também o uso de internet, pois este comportamento tecnológico pode auxiliar no incremento do nível de atividade física de lazer de idosos. 

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