Resumo

O estilo de vida do homem moderno não contribui para uma vida saudável, haja vista as pessoas serem mais inativas e se alimentarem inadequadamente, tanto em quantidade, quanto em qualidade. Segundo Tosseto e Junior (2008), nos últimos anos a quantidade de pessoas com obesidade, independente do gênero, condições intelectuais, nível socioeconômico e idade, aumentou de forma preocupante no mundo, sendo considerado como uma doença crônica e epidemiológica.
Estudar a obesidade e sua prevalência é de suma importância para a criação de ferramentas de controle e combate a esta epidemia, mesmo porque, a mesma está associada à outras patologias, dentre as quais, aquelas relacionadas ao sistema cardiovascular (FEIJÃO et al., 2005).
Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo correlacionar variáveis antropométricas com variáveis cardiovasculares dos associados e praticantes de atividade física de um clube social e esportivo do interior do estado de Minas Gerais
Para a presente pesquisa, foram recrutados 536 associados/alunos (254 homens e 282 mulheres) de um clube social e esportivo, com idade entre 15 e 77 anos. O recrutamento e avaliação ocorreram entre os meses de janeiro e setembro de 2016. Até mesmo pela característica do clube, seus associados, de forma geral, podem ser considerados como de classe econômica média/alta do município que pertenciam.
Todos os voluntários foram submetidos à uma bateria de testes físicos e antropométricos. Nesta, foram determinadas as variáveis peso corporal total (PCT) e estatura (E), que proporcionaram o cálculo do índice de massa corporal (IMC) e, em situação de repouso de pelo menos cinco minutos na posição supina, em todos os voluntários foi aferida a pressão arterial, sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e a frequência cardíaca de repouso (FCrep) que multiplicada pela PAS, forneceu o duplo produto (DP). Essas variáveis permitiram a análise de correlação entre as variáveis antropométricas (PCT e IMC) com as variáveis cardiovasculares (PAS, PAD e DP), através do teste de correlação de Pearson (BioEstat 5.0) com p≤0,05.
Diante dessas análises, observou-se uma fraca a moderada correlação entre o PCT e as variáveis cardiovasculares PAS, PAD e DP (r = 0,42; r = 0,31; r = 0,44), respectivamente, o mesmo não ocorrendo entre o IMC e as variáveis cardiovasculares, que não apresentaram correlação significante.
Feijão et al. (2005), relata que o aumento da preção arterial esta diretamente relacionado com o aumento do IMC, contrapondo os resultados encontrados neste trabalho onde, essas variáveis não se correlacionaram. Da mesma forma, Bloch et al. (1993), verificaram correlação positiva entre variáveis antropométricas (PCT e IMC) com variáveis cardiovasculares. Contudo, da mesma forma que a presente investigação, não encontraram correlação significante entre IMC e PAD.
Diferente dos estudos supracitados, a amostra da presente investigação foi composta por pessoas de diferentes idades e sexo o que, de certa forma, até mesmo pelo tamanho da amostra pode ter acarretado, resultados diferentes daqueles encontrados por Feijão et al. (2005) e Bloch et al. (1993).
Dessa forma, conclui-se que, das variáveis antropométricas estudadas, apenas o PCT apresentou fraca a moderada correlação com as variáveis cardiovasculares e que, o aumento da pressão arterial ou sobrecarga cardiovascular, não esta associada apenas ao PCT e ao IMC. Acredita-se que outras variáveis possam ser intervenientes, como idade e sexo

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