Resumo

O presente estudo é parte das pesquisas sobre futebol de várzea realizadas entre 2015 e 2023. Durante o mestrado e após sua conclusão, empenhamos esforços em estudar a sociabilidade e o associativismo negro a partir do futebol de várzea. A partir da particularidade (futebol de várzea) traçamos um conjunto de complexos que envolvia formação das periferias da Cidade de São Paulo e a segregação sócio espacial, a ausência da intersetorialidade entres as políticas pública de habitação e as demais políticas sociais básicas, o racismo e sua contra partida o associativismo negro. Ou seja falar da aldeia (futebol de várzea) falamos da formação sócio histórica do Brasil. Posto isto o estudo priorizou os anos 1980 a 2014, data de fundação – fim da pesquisa, dito isso acompanhamos uma várzea em que imperava a prática do lazer, a defesa do espaço público, o associativismo e as competições futebolísticas nos seus mais diversos modos, uma várzea como espaço/vitrine de jogadores que aspiravam o futebol profissional à participação mais recente de jogadores “anônimos” nas palavras de Marina Dantas, como “bico” enquanto não despontavam nos times profissionais, fumaça sinalizadores e muito samba. Entretanto observamos a passos largos uma “financeirização” do futebol de várzea, com a entrada de patrocínios de empresas nacionais e multinacionais entre eles (Claro, Vivo ) transmissões na mídia tradicional (Rede Globo), e principalmente patrocínio de casas de apostas. Fato que possibilitou por exemplo a realização a final da Super Copa Pioneer, campeonato organizado pelo time de mesmo nome, fundado na década de 1980, na arena Allianz Parque. Se antes tínhamos os anônimos buscando nas sombras das árvores um espaço VIP, hoje temos a contração de jogadores em final de carreira como destaque dos times. Entre a nostalgia da antiga várzea e a glamourização há um museu de grandes novidades.

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