Resumo

Os objetivos deste estudo foram a) analisar a relação do nível de atividade física combinado ao comportamento sedentário com a fragilidade, ajustado por aspectos sociodemográficos; e, b) identificar o tempo despendido em comportamento sedentário como critério discriminante para a fragilidade em pessoas idosas. Estudo observacional, analítico com delineamento transversal. Participaram da pesquisa 457 idosos do município de Alcobaça, BA com idade ≥ 60 anos. A condição frágil foi definida pela presença de três ou mais dos seguintes critérios: perda de peso não intencional, baixa velocidade de marcha para percorrer 4,57 m, redução da força de preensão manual, exaustão e baixo nível de atividade física, sendo os participantes classificados em não frágil e frágil. O nível de atividade física (AF) e o tempo de exposição ao comportamento sedentário (CS) foram avaliados por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), na versão longa e adaptada para idosos. Para a análise dos dados foram utilizados procedimentos da estatística descritiva (frequência, média) e inferencial (teste de Qui-quadrado, curva Receiver Operating Characteristic [ROC] e regressão de Poisson), p ≤ 0,05. A prevalência de fragilidade foi de 8,8% (n=40) quando não foi considerado o baixo nível de atividade física para classificação da condição frágil e de 22,1% (n=101), quando considerados os cinco critérios da síndrome de fragilidade. A condição combinada do nível de atividade física e do tempo de exposição ao comportamento sedentário foi associada a condição frágil do idoso somente para a condição combinada dos desfechos comportamentais negativos (AF < 150 min/sem e CS ≥ 540 min/dia) apresentando RP=2,83 (IC95%: 1,23-6,52). A maior área sob a curva ROC para o tempo exposto em comportamento sedentário foi identificada no sexo masculino. Observou-se que > 495 minutos/dia (homens) ou > 536 minutos/dia (mulheres) foram os melhores pontos de corte para predizer a síndrome de fragilidade. A condição de fragilidade é mais prevalente entre os idosos que apresentam níveis insuficientes de AF combinado a elevada exposição ao CS, mesmo quando ajustado por fatores sociodemográficos. A maior exposição diária em CS pode discriminar a presença de fragilidade em idosos de ambos os sexos.

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