Resumo

Introdução: O avanço tecnológico proporciona melhores condições de trabalho, mas por outro lado, favorece a comodidade e contribui para a adoção de um estilo de vida caracterizado pela inatividade física. Diante deste aspecto, da característica do trabalho sentado de técnico-administrativos de biblioteca e reconhecendo o sedentarismo como o quarto maior fator de risco global de mortalidade é que surgiu o interesse por este estudo. Objetivo: Identificar a prática de atividade física de servidores públicos de uma Instituição de ensino superior. Materiais e Métodos: Após a aprovação do Comitê de Ética (CAAE: 55495016.7.0000.5504, número do Parecer: 1.546.702), a coleta de dados ocorreu por meio de dois questionários on line: um com dados pessoais, ocupacionais e de saúde e outro sobre a atividade física, denominado “Questionário de Atividade Física Habitual” (BAECKE; BUREMA; FRIJTERS, 1982), traduzido e validado por Sardinha et al. (2010). Segundo Jacobs et al. (1993) e Florindo et al. (2004), Baecke et al (1982) pode ser considerado como um dos questionário mais adequados para se avaliar atividades físicas laborais. Por meio de dezesseis questões avalia o nível de atividade física realizado nos últimos 12 meses no trabalho (AFO), nos exercícios e atividades físicas (EFL) e nas atividades físicas de lazer e locomoção (ALL) e, ainda, possibilita um escore de atividade física total por meio da somatória de cada um dos módulos. Para a classificação dos níveis de gasto energético das atividades físicas não constantes em Baecke et al. (1982), utilizou-se o estudo de Aisnworth et al. (2011) e para a pontuação da quantidade de horas praticadas de atividade física foi empregado os valores de Florindo et al. (2004). Como este instrumento não oferece ao avaliador um protocolo de avaliação do nível de atividade física, esta foi feita por frequências, médias, desvio padrão e número máximo e mínimo, de modo a comparar o valor médio do grupo com a proximidade do escore máximo.
Resultados: A maioria dos servidores era mulher (n=19, 65,5%), idade média de 44 anos (DP=8,3), rotina de trabalho de oito horas por dia em cinco dias da semana, casada ou convivendo maritalmente (n=16, 55,2%) e com formação em nível superior (n=28, 96,5%). A análise dos dados pela média é possível notar o baixo envolvimento em atividades físicas, em especial no trabalho, locomoção e lazer, posto que o ideal seriam valores próximos de 5 em cada módulo (AFO, EFL, ALL) e 15 no total (Tabela 1). Considerações: Os resultados obtidos sugerem que estes trabalhadores possuem baixo nível de atividade física, no trabalho como era esperado, mas também nos esportes, lazer e locomoção. Tal achado reforça a necessidade da organização do espaço de trabalho de modo a deixá-lo mais ativo, a promoção de práticas físicas laborais e o desenvolvimento de programas de orientação sobre a relevância da prática de atividades físicas para a saúde.

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