Resumo

A presente revisão sintetizou evidências sobre a prática de atividade física e fatores associados em populações rurais brasileiras. As buscas foram realizadas nas bases de dados PubMed, Scielo, Scopus e Biblioteca Virtual em Saúde no período de 2008 a 2018. Foram incluídos artigos originais, em idiomas: Inglês e/ou Português, realizados com populações rurais. A análise final foi composta por 17 artigos. Desses, 36% são provenientes de pesquisas realizadas na região nordeste, 29% na região sudeste, 29% na região sul, 6% na região norte; não havendo registro de pesquisa realizada na região centro-oeste do país. A maioria das publicações ocorreu a partir do ano de 2014 (82%). As evidências revelaram elevadas frequências de insuficientemente ativos entre as populações rurais (de 13 a 77%), especialmente no domínio lazer, independentemente da faixa etária. As maiores frequências de suficientemente ativos foram nos domínios trabalho, deslocamento e domicílio, com diferenças por sexo. A atividade física foi positivamente associada aos fatores de saúde: estado nutricional, aspectos cognitivos, qualidade de vida, capacidade funcional, autopercepção de saúde e as doenças crônicas. Em relação as características metodológicas, as pesquisas analisadas eram quantitativas, transversais e utilizaram questionários. Para além dos impactos fisiológicos atrelados ao gasto energético total, deve-se questionar se a atividade física no trabalho, deslocamento e domicílio, muitas vezes realizada em condições adversas, também promove saúde. A incorporação de outros referenciais teóricos as pesquisas, como o da epidemiologia crítica, delineamentos mais robustos e metodologias qualitativas podem ampliar a compreensão da atividade física no contexto de vida das populações rurais.

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