Resumo

Resumo: Essa dissertação adotou o modelo alternativo (scandinavo) na formulação de três objetivos: a) verificar a existência de associação entre a inatividade física e medidas antropométricas; b) identificar a prevalência de cintura hipertrigliceridêmica e sua associação com alterações metabólicas; c) comparar a proporção de escolares com síndrome metabólica diagnosticados por diferentes critérios. Pesquisa com delineamento transversal realizado nos meses de julho e agosto de 2013. A amostra, composta da população escolar de 6º ao 9º ano, com idade de 10 a 14 anos de escolas da rede pública (4 escolas) e privada (2 escolas) de Paranavaí, Paraná. As avaliações foram realizadas em dois momentos: 1) Avaliação Antropométrica, Nível de Atividade Física, 2) Avaliação Bioquímica. Somente aqueles escolares que aceitaram participar da pesquisa e que apresentaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos responsáveis (n=578) foram avaliados. Destes, 566 participaram da avaliação antropométrica e nível de atividade física; sendo 12 excluídos por não estarem nos critérios exigidos na pesquisa ou não realização de todas as avaliações. Para a avaliação bioquímica foram selecionados todos os alunos que participaram da primeira coleta (n=566). Deste total, 241 alunos realizaram os exames bioquímicos, sendo 136 meninos e 105 meninas. Os demais (n=325) foram excluídos por não aceitarem participar da coleta. As variáveis do estudo foram as sociodemográficas (sexo e idade), nível de atividade física, antropometria (estatura, peso, índice de massa corporal e circunferência de cintura), pressão arterial, análise bioquímica (colesterol total, HDL-C, colesterol não HDL, LDL-C, triglicerídeos e glicemia de jejum), cintura hipertrigliceridêmica (CHT) e síndrome metabólica (SM). Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisas com seres humanos da Universidade Estadual de Maringá. Houve associações significativas de inatividade física nos alunos que apresentaram sobrepeso (OR= 1,8; IC 95%: 1,1-3,0) e circunferência de cintura aumentada (OR= 2,2; IC 95%: 1,4-3,8) representando 80% e 120% a mais de chances de serem inativos respectivamente. A prevalência de CHT foi de 20,7% entre os escolares, sendo 14,1% no sexo masculino e 6,6% no feminino com proporções superiores na faixa etária de 10-12 anos de idade. A análise multivariada indicou que o LDL-C foi a única variável metabólica associada positivamente com o fenótipo (p=0,001), neste caso, escolares classificados com níveis séricos elevados tiveram 320% a mais de chances (OR= 4,2; IC 95%: 1,6-10,9) de terem o fenótipo CHT em relação aos alunos em níveis adequados. Na comparação dos critérios para SM a verificação dos critérios em pares evidenciou que a concordância entre IDF e Cook foi de 97,5%, entre IDF e Ferranti 83,4%, e para Cook e Ferranti 85,9%. Em apenas um aluno (0,4%) a síndrome metabólica foi diagnosticada exclusivamente pelo critério de IDF e em 34 alunos (14,1%) pelo critério de Ferranti. A comparação entre os três critérios mostrou que o de Ferranti apresentou maior proporção de SM que os demais (p= <0,001), e o de Cook maior proporção em relação ao da IDF (p=<0,001). Níveis inadequados de atividade física parece ser um fator determinante no sobrepeso e adiposidade abdominal. A existência de uma alta prevalência do fenótipo CHT nos escolares, bem como sua associação com o LDL-C evidencia a importância desta medida no fornecimento de informações acerca das alterações antropométricas e metabólicas que desencadeiam complicações à saúde. Em relação aos critérios diagnósticos para síndrome metabólica, as diferenças nas proporções encontradas neste estudo mostram a necessidade da padronização dos critérios e pontos de corte específicos por faixa etárias, para que seja possível uma comparação fidedigna entre as pesquisas realizadas

Acessar