Resumo

A atuação fonoaudiológica compreende ações individuais e coletivas que visam à promoção, proteção e recuperação da saúde da população, nos aspectos da comunicação humana. Como qualquer outra habilidade, a comunicação, pode ser aprendida, exercitada e aprimorada, podendo ser direcionada e especificada as necessidades do grupo ou indivíduo submetido a esta ação. No grupo de atletas paraolímpicos além dos aspectos comunicativos rotineiros a atuação destes profissionais, pode ser enfocada no fato do cérebro humano trabalhar reconhecendo e interpretando sons em torno de uma pessoa, sendo esta capacidade definida como processamento auditivo. O sistema auditivo apresenta envolvimento com funções motoras guiadas auditivamente e entende-se que se estas vias forem estimuladas podem fornecer melhores respostas no tocante as habilidades auditivas. Recentes pesquisas demonstram que técnicas específicas de treinamento auditivo podem influenciar positivamente os processos auditivos temporais. Isto quer dizer que as habilidades auditivas podem ser aprimoradas com treinamento e que esta melhor performance na função auditiva está relacionada diretamente com a capacidade de modificação do sistema nervoso central. Esta afirmação implica na realidade de que, "um cérebro bem treinado auditivamente" pode ser diferencial de desempenho no momento da saída em bloco ou momentos de comandos verbais de técnicos ou árbitros recebidas em ambiente de escuta difícil (frente ao barulho da torcida, como, por exemplo, ocorre com os atletas do judô) ou ainda na necessidade da habilidade auditiva de localização sonora para deficientes visuais que dependem do estímulo auditivo para desempenharem sua função como atleta, surgindo desta forma uma possibilidade de atuação.