Resumo

A força explosiva elástica tem seu maior desenvolvimento no período da puberdade. Assim os métodos de treino devem sempre levar em consideração o estágio maturacional que o jovem se encontra, respeitando assim um princípio do treinamento esportivo que é a especificidade. No futebol, bem como em outras modalidades o estudo da maturação se faz presente, de forma que as cargas de trabalho são elaboradas a fim de se respeitar o nível de desenvolvimento daquele indivíduo. A força explosiva elástica é amplamente utilizada em ações do jogo de futebol, como: ações de marcação e desmarcação, salto seguido por ações de mudança de direção após a queda, saltos com quedas (na situação dos goleiros) e saltos para executar um cabeceio. Um ponto importante para se salientar é que seu treinamento deve iniciar-se a partir dessa fase, ou na fase seguinte (pós-púbere), uma vez que se torna perigosa a conduta em jovens esportistas que não são púberes, devido a esse organismo não estar preparado para certas cargas de trabalho. O presente estudo investigou o nível de força explosiva elástica em jovens futebolistas, gênero masculino dos estágios G2, G3 e G4 de maturação sexual. A amostra total foi composta por 24 sujeitos, sendo: G2:7 sujeitos, com idade média 14,43 anos (±1.13); estatura 1,67 metros (±0,09 m) e massa corporal 58,29 quilos (±11,64 Kg). G3: 8 sujeitos, com 15,25 anos (±0,95), 1,72 metros (±0,07); massa corporal 59,53 quilos (±5,14 kg). G4: 9 sujeitos, com 15,0 anos (±1,41), estatura 1,70 metros (±0,07) e massa corporal 58,21 quilos (±9,72 kg). Os sujeitos foram submetidos a uma autoavaliação para verificação dos estágios maturacionais, sendo classificados como púberes, e foram divididos em três estágios, sendo eles: G2, G3 e G4. Para a verificação do desempenho da força, os sujeitos passaram por testes de saltos verticais com uso da técnica com contramovimento (Counter Movement Jump, CMJ), a qual o sujeito permaneceu em pé sobre uma plataforma, com as mãos fixas na região do quadril, após o sinal do avaliador executou um salto, com flexão dos joelhos e rápida extensão, buscando atingir o ponto máximo. Foram realizadas três tentativas, sendo considerado o melhor salto. Amostra foi submetida à análise de variância ANOVA (um critério), e múltiplas comparações o teste de Tukey. Os resultados obtidos indicam que mesmo dentro da classificação púbere, houve diferenças significativas entre os estágios. Entre G2vsG3, p<0,01, G2vsG4, p<0,01 e sem diferença significante entre G3vsG4. Portanto conclui-se que os treinamentos para esta população devem considerar as diferenças de manifestação da força explosiva elástica dentro da mesma fase de desenvolvimento biológico, para tanto treinadores e predadores físicos devem se atentar para a avaliação maturacional dos seus atletas, sejam avaliações de maneira indireta, como a auto-avaliação bem como de maneira direta, através de consulta médica ou outros indicadores como a maturação esquelética.

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