Editora LABMOD. Brasil 2019. 153 páginas.

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O objetivo central deste estudo foi avaliar o impacto do programa Paulista Aberta na vitalidade urbana local da Av. Paulista, na cidade de São Paulo. O programa restringe a circulação de veículos motorizados nos dois sentidos da avenida aos domingos e feriados. Deste modo, o espaço viário é aberto para a circulação livre de pedestres e ciclistas, estimulando a prática de atividades de lazer em espaços públicos e ao ar livre.

A metodologia utilizada verificou o impacto do programa através da análise de indicadores nas dimensões ambiental, urbana, social e econômica, que, juntas, caracterizam o conceito de vitalidade urbana aqui empregado. As medições de impacto foram realizadas através de análises contrafactuais de dados primários e secundários (qualitativos e quantitativos) e apresentadas junto a diagnósticos elaborados sobre os diversos dados coletados durante a pesquisa. Além da avaliação de impacto, o projeto também coletou dados sobre a avaliação do programa segundo a opinião de seus beneficiários (moradores, frequentadores e comerciantes locais). Foram selecionados como grupos contrafactuais comerciantes da Av. Brig. Faria Lima, localizada na Zona Oeste da mesma cidade, e moradores das imediações dessa avenida.

A dimensão ambiental contemplou indicadores relacionados à poluição sonora e atmosférica. Quase metade dos frequentadores da Paulista Aberta declarou se sentir confortável ou muito confortável em relação à percepção da poluição sonora no local. Esse dado contrastou com o grupo de moradores da região da Av. Paulista, do qual 39% afirmou se sentir desconfortável ou muito desconfortável com a poluição sonora aos domingos. Apesar disso, foi verificado que a sensação de conforto nos dias de Paulista Aberta é maior do que nos dias úteis para os moradores. Em relação à poluição atmosférica, os resultados das análises não demonstraram efeitos do programa nas emissões de CO, aos domingos, nas imediações da estação de medição de gases existente mais próxima à avenida.

A análise da dimensão urbana mostrou diversas evidências de que o programa atrai muitos visitantes para a Av. Paulista, possibilitando a ocorrência de inúmeras atividades de lazer e eventos ao ar livre. As contagens realizadas registraram uma média de 950 pessoas e de 70 ciclistas passando em um intervalo de cinco minutos em quatro cruzamentos selecionados para observação. Também foram contabilizadas em uma tarde 43 atividades culturais ocorrendo no espaço público da via, reunindo aproximadamente RESUMO EXECUTIVO 8 2.380 espectadores. Quanto aos hábitos de transporte aos domingos, como esperado, foi verificada uma redução do uso de veículos motorizados pelos moradores da Av. Paulista que caiu de 43% (aos domingos antes de 2015) para 21% (aos domingos atualmente). No cenário correspondente contrafactual – isto é, a Av. Brig. Faria Lima –, foi verificada uma diferença menor de 44% para 34%, respectivamente. Dentre a percepção dos frequentadores entrevistados sobre segurança pública, 88% considerou a Paulista Aberta segura ou muito segura. Para os moradores, a análise contrafactual mostra uma tendência a uma percepção de maior insegurança deste grupo comparado com seu contrafactual.

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