Resumo

Introdução: O nível de controle e gravidade da asma estão relacionados à extensão em que as manifestações clínicas são suprimidas e com os diferentes graus de obstrução brônquica, e podem apresentar associações e influências da realização de atividades físicas, da função pulmonar e da qualidade de vida. Objetivo: Avaliar o controle e a gravidade da asma de acordo com o nível de atividade física habitual, a função pulmonar e a qualidade de vida em crianças e adolescentes. Métodos: Estudo de corte transversal, observacional e analítico com crianças e adolescentes com diagnóstico de asma atópica de sete a 17 anos de idade do Ambulatório de Pneumologia Pediátrica do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas realizado no período de novembro de 2013 a janeiro de 2015. Os participantes do estudo responderam o Asthma Control Test (ACT, Teste de Controle da Asma), o questionário baseado na Global Initiative for Asthma (GINA), o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ, Questionário Internacional de Atividade Física) e o Paediatric Asthma Quality of Life Questionnaire (PAQLQ, Questionário sobre a Qualidade de Vida na Asma Pediátrica). Para caracterização dos fatores de risco, os pais ou responsáveis pelas crianças responderam um questionário estruturado. Também realizaram o exame de espirometria pré e pós broncodilatador. Foram aplicados os testes estatísticos Qui-Quadrado, Fisher-Freeman-Halton, Kruskall-Wallis e estimado os valores de odds ratio, com nível de significância de 5%. Resultados: Foram selecionados 100 pacientes, destes 27(27,0%) com asma controlada(AC), 33(33,0%) parcialmente controlada(APC) e 40(40,0%) não controlada(ANC). Quanto a gravidade observamos, 34(34,0%) com asma leve(AL), 19(19,0%) moderada(AM) e 47(47,0%) grave(AG). A presença de rinite apresentou associação com o nível de controle da asma(p=0,009) e o contato com a fumaça do cigarro com a gravidade da doença(p=0,025 e p<0,001). Já o contato com poeira(p=0,011 e p=0,021) e animais de estimação(p=0,008 e p=0,007) apresentaram associação com ambos. A realização de atividades físicas habituais não mostrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos de acordo com o nível de controle(p=0,940) e gravidade(p=0,350) da asma. O Grupo AC apresentou maiores valores de VEF1/CVF(p=0,047) e FEF25-75%(p=0,038) quando comparado aos grupos APC e ANC e o Grupo AL apresentou os maiores valores em todos os parâmetros espirométricos analisados. Em relação à qualidade de vida, os Grupos AC e APC apresentaram maiores valores que o Grupo ANC no escore geral(p<0,001) e nos domínios limitação de atividades(p<0,001), sintomas(p<0,001) e função emocional(p<0,001). O Grupo AL apresentou os maiores valores dos componentes do PAQLQ quando comparado aos Grupos AM e AG. Conclusão: A rinite foi um fator de risco para o pior controle da asma e o contato com fumaça do cigarro para a maior gravidade da doença, e o contato com poeira e animais de estimação foram fatores de risco para ambos. A atividade física habitual não foi diferente nos pacientes segundo o nível de controle ou gravidade da asma. O FEF25-75% foi um indicador de obstrução nos pacientes com asma. A qualidade de vida está diretamente relacionada com o nível de controle e gravidade da asma. 

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