Resumo

O limite de estabilidade funcional (LEF) é um teste simples e fornece indicador efetivo da perda real de equilíbrio de uma pessoa. Ademais, o uso do LEF poderia permitir o desenvolvimento de outros sistemas mais acessíveis de avaliação do equilíbrio, tais como o uso de smartphones. O objetivo da presente dissertação foi comparar adultos jovens e idosos no desempenho do teste de LEF por meio da plataforma de força (primeiro estudo experimental). A partir desta proposta, também foi testada a validade de um instrumento de análise do equilíbrio por meio de dados de inclinação de smartphone (segundo estudo experimental). Para tanto, a dissertação foi composta de três estudos. No primeiro estudo, foi realizada uma revisão sistemática narrativa com estudos que avaliaram a classificação do equilíbrio. Foram selecionados trinta e três artigos em que foram identificadas diferentes propostas de classificação do equilíbrio. A partir destas propostas, foram identificadas lacunas, tal como a importância em se conhecer o desempenho real referenciado por uma capacidade máxima e a utilização de variadas estratégias durante o teste, como estratégias do tornozelo, quadril e livre, que subsidiaram os estudos subsequentes da presente dissertação. Para o segundo e o terceiro estudos, foram analisados 47 participantes, sendo 43 jovens (idade média 22,09 anos e DP 3,47 anos) e 4 idosos (idade média de 66,25 e DP 5,06 anos). No segundo estudo, maiores valores foram verificados no grupo adulto em comparação aos idosos para praticamente todas as variáveis analisadas no teste de Mann-Whitney (U ≤ 33,0; Z ≥ -2,021; p ≤ 0,043), exceto para as variáveis deslocamentos para trás (condições bipodal livre, tornozelo e quadril) e deslocamentos para direita, esquerda e amplitude médio-lateral (condição semi-tandem) (p>0,05). A ANOVA de Friedman apontou a diferença entre as estratégias bipodal (livre, tornozelo e quadril) apenas no grupo de idosos, no deslocamento para direita (X2 (2) = 6,5; p <0,039). E o teste de Wilcoxon apresentou diferença (Z = -1,826; p = 0,03) entre as estratégias tornozelo, livre e quadril, sendo a estratégia do tornozelo (Md = 9,38) maior que a livre (Md = 7,65) e quadril (Md = 7,70). O terceiro estudo, testou a associação dos ângulos de inclinação do smartphone e das variáveis do COP (plataforma de força) na tarefa de LEF. Os resultados apresentaram algumas associações entre as variáveis do smartphone e da plataforma de força, contudo muito fracas (ρ>0,317; p<0,39). O teste de LEF foi capaz de identificar o efeito de grupo e eliminar diferenças entre as estratégias livre, tornozelo e quadril, na condição bipodal; e a ausência de associação forte entre as demais variáveis foi explicada pelas estratégias utilizadas pelos participantes em flexionar/estender de maneira diferente os diferentes segmentos corporais para melhor explorar os LEF. Foi sugerida a realização de outros estudos que contemplem estas diferentes estratégias utilizadas no LEF e outras propostas de avaliação do equilíbrio.

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