Resumo

A prática de atividade física é recomendada como terapia não farmacológica na prevenção do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No entanto, os benefícios dessa prática dependem de uma orientação adequada. Logo, o presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de fatores de risco cardiovascular, a existência de recomendação médica para a realização de atividade física e a prática que vem sendo adotada em usuários de um parque público do município de São Paulo. Os praticantes (21 homens e 25 mulheres) foram convidados a responder um questionário sobre a presença de fatores de risco, tipo, duração, intensidade e frequência de realização de atividade física. Os resultados demonstraram que das 46 pessoas avaliadas, 63% apresentavam 2 ou mais fatores de risco associados. Os fatores mais prevalentes foram o tabagismo, histórico familiar, diabetes mellitus e elevado índice de cintura quadril. A maioria dos usuários (76%) não possuía recomendação médica para a prática de exercício físico. Além disso, foi verificado que entre todos os praticantes apenas 17% realizavam atividade física conforme recomendações mínimas para benefício cardiovascular (atividade moderada, 30 minutos por sessão, ao menos 3 vezes por semana). Além disso, foi observado que 6,5% praticavam exercício com alta intensidade. Tais dados sugerem que, embora a atividade física venha sendo recomendada no tratamento e na prevenção das doenças cardiovasculares, falta orientação à população que frequenta o parque público, como espaço alternativo para realizar tal prática. Dessa forma, a realização de atividade física não supervisionada pode não proporcionar benefícios reais para a diminuição dos fatores de risco cardiovascular na população.

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