AvaliaÇÃo da Flexibilidade da ArticulaÇÃo do Quadril em Bailarinas ClÁssicas Antes e ApÓs Um Programa EspecÍfico de Treinamento
Por Natalia Martins dos Santos Cigarro (Autor), Rogério Emygdio Ferreira (Autor), Danielli Braga de Mello (Autor).
Em Revista de Educação Física - Centro de Capacitação Física do Exército, n 133, 2006. Da página 25 a 35
Resumo
É exigido alto grau de amplitude de movimentos para a perfeição das linhas do ballet clássico, sendo a flexibilidade indispensável para otimizar a performance de um bailarino. O presente estudo se propôs a investigar os efeitos de um programa de treinamento de flexibilidade na performance de bailarinas clássicas. Este estudo se caracterizou como uma pesquisa do tipo pré-experimental, com delineamento pré-teste/ pós-teste de um grupo. Participaram desse estudo dez bailarinas, divididas em dois grupos de cinco bailarinas: grupo A (treinado) e grupo B (controle). As bailarinas do grupo A continuaram a praticar regularmente as aulas de ballet clássico e foram submetidas à 1 hora de treinamento de flexibilidade semanal; as bailarinas do grupo B continuaram a praticar regularmente as aulas de ballet clássico, mas não participaram das aulas de treinamento de flexibilidade. Foi utilizado, para aferir o grau de amplitude da articulação do quadril das bailarinas, um goniômetro universal 360º, metálico, em círculo total. No início da pesquisa, foi aferido o grau de flexibilidade da articulação do quadril das bailarinas dos grupos A e B, nos seguintes movimentos: flexão do quadril, extensão do quadril e abdução do quadril, sendo utilizado o protocolo de Norkin e White (1997), método passivo. Após uma semana, foram iniciadas as aulas de treinamento de flexibilidade somente com as bailarinas do grupo A. As aulas foram realizadas uma vez por semana, com uma hora de duração, utilizando o método ativo com três repetições de 20 segundos cada, associado ao trabalho de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) para a articulação do quadril, nos movimentos de flexão, extensão e abdução. Após dez semanas de treinamento, ambos os grupos foram submetidos aos mesmos testes para comparação dos resultados. Para análise dos dados obtidos no presente estudo, foram realizadas técnicas de estatística descritiva para análise percentual e, posteriormente, foi utilizado teste “t” de Student para comparação intragrupo e intergrupo. Ao comparar os dois grupos, no início da pesquisa, com relação à amplitude articular, os grupos A e B tinham graus de amplitude de movimento semelhantes na realização da flexão, extensão e abdução do quadril. De acordo com os resultados apresentados, verificou-se um aumento significativo no grau de amplitude de movimento na articulação do quadril em todos os movimentos testados (flexão estendida e flexionada; extensão e abdução) no grupo A (testado), o mesmo não acontecendo com o grupo B (controle). Notou-se que esta diferença entre os grupos demonstra que o grupo que participou do treinamento de flexibilidade teve aumento significativo de amplitude de movimento, comparado ao grupo controle. Sendo a flexibilidade muito importante para a execução dos movimentos técnicos do ballet clássico, pode-se sugerir que o treinamento de flexibilidade, aliado às aulas de ballet clássico, auxilia na performance das bailarinas. Palavras-chave: Ballet Clássico, Flexibilidade, Performance.