Resumo

O objetivo deste trabalho foi levantar o perfil psicomotor de jovens adultos portadores de deficiência mental através da BPM de Fonseca (1992) e analisar a aplicabilidade da mesma para esta clientela. Participaram da amostra 10 jovens adultos portadores de deficiência mental, com idades cronológicas compreendidas entre 18 e 31 anos, regularmente matriculados no Centro Dr. Leonardo Coimbra. Estes foram avaliados individualmente, conforme o protocolo estabelecido para a BPM de Vítor da Fonseca (1992). Os resultados indicaram que o perfil psicomotor da amostra oscilava entre o dispráxico e o normal, não tendo sido encontrado nenhum caso de perfil deficitário, bom ou excelente. Dos resultados destaca-se a necessidade de adaptação de algumas tarefas da bateria, sobretudo as constituintes do subfator estruturação espaço-temporal e praxia fina, as quais não foram discriminativas em nenhuma das tarefas , além de apresentar alto índice de dificuldade. Consideramos que a BPM é um instrumento de avaliação capaz de nos fornecer o nível de desenvolvimento psicomotor real de jovens adultos portadores de deficiência mental, desde que certas adaptações sejam feitas, como o caso de substituição de tarefas que exijam o conhecimento prévio de noções de número e de operações matemáticas por tarefas que avaliem o mesmo quesito sem partir destes conhecimentos ou então a proposição de uma forma curta da bateria, de modo a evitar a longa duração da aplicação, superior a 90 minutos, e todos os efeitos negativos que a fadiga traz para o desempenho