Resumo

: O aumento da prática de atividade física tem beneficiado diferentes populações, no entanto, existe ainda uma parcela muito grande da população que não apresenta níveis satisfatórios de atividade física, sobretudo populações que apresentam alguma disfunção ou patologia. OBJETIVO: Na tentativa de compreender melhor esse fenômeno, o objetivo do presente estudo foi avaliar e comparar as barreiras percebidas para a prática de atividade física em pessoas vivendo com HIV/aids e/ou hepatite no município de Ourinhos/SP. MÉTODOS: Para tanto, foram entrevistados 94 pacientes em tratamento no Serviço de Atendimento Especializado em Doenças Infecciosas de Ourinhos (SAEDI). Desta forma, foram aplicados os questionários: classificação socioeconômica (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISA, 2009), atividade física habitual (BAECKE; BUREMA; FRIJTERS et al., 1982) e barreiras percebidas para a prática de atividade física (REICHERT, 2004), além disso, os prontuários dos pacientes foram acessados para coleta de informações sobre a doença e tratamento dos indivíduos. Os dados foram analisados pelo teste quiquadrado que testou as associações entre barreiras percebidas para a prática de atividade física e as seguintes variáveis: patologia, sexo, faixa etária, estado civil, escolaridade, classe socioeconômica, IMC, tempo de diagnóstico e de tratamento e score de atividade física. RESULTADOS: As barreiras mais prevalentes foram ―sentir preguiça ou cansaço‖ para realizar atividade física, ―possuir alguma lesão ou doença que atrapalhe‖ a prática de atividade física e ―falta de dinheiro‖, além disso associações significativas foram observadas entre: 1) ―possuir alguma doença ou lesão que atrapalhe‖ com escolaridade e classe socioeconômica, 2) ―falta de dinheiro‖ com classe socioeconômica, 3) ―medo de se machucar‖ com classe socioeconômica e tempo de tratamento, 4) ―preocupação com aparência‖ com tempo de diagnóstico e 5) ―falta de incentivo da família‖ com IMC. Também houve associação com da barreira possuir ―alguma lesão ou doença que atrapalhe‖ com o score de atividade física abaixo de 150 min/semana. CONCLUSÃO: A baixa adesão a atividade física dessas populações pode estar associada a fatores como ―possuir alguma lesão ou doença que atrapalhe‖, ―falta de dinheiro‖, ―medo de se machucar‖, ―falta de incentivo da família‖ e ―preocupação com aparência‖. Além disso, a escolaridade, classe socioeconômica, tempo de tratamento, tempo de diagnóstico e IMC podem influenciar na prevalência dessas barreiras, assim, esses fatores devem ser levados em consideração para medidas de promoção de atividade física para essa população.

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