Resumo

As reflexões aqui presentes são fruto de um estudo que busca abarcar de forma geral como uma teoria dos signos pode inspiraros estudos das Ciências Biológicas. Aabordagem adotada tem como pedra de toque a semiótica de Charles Peirce, filósofo americano que traçou umdos mais brilhantes edifícios filosóficos do ocidente. Uma visão importante nos dias atuais onde várias teorias semióticas se defrontam com limitações teóricas sobre as relações representativas do organismo vivo, problemas tais como: metabolismo, supercompensação, homeostase, entre outros, são tratados sob um viés nominalista, onde o signo é apenas um conceito na mente dos cientistas. A semiótica peirciana, no entanto, procuraestabelecer o modode ser do signo como representação de um objeto que se apresenta sensual à mente e fruto de volição para a conduta. Para que algo seja um signo deve manter uma relaçãotriádica, sendo que um primeiro (seu representamen) levaumsegundo (seu objeto) a manter uma relação com um terceiro (seu interpretante). Um processo contínuo onde todos os correlatos possuem uma natureza sígnica e o intérprete nada mais é do que um complexo semiótico em interação com outros processos semióticos. Portanto, é uma teoria que não se restringe à prática cultural do homem, mas sim a qualquerfenômeno que se apresente à mente. Vida, mente e matériasão comoumcontinuun, onde o próprio viver age como co-construtor do universo. Uma proposta que pode ser considerada uma forma de superação das barreiras impostas pelo positivismo.