Resumo

Embora seja frequentemente incapacitante e apresente um alto índice de recidiva, condições que ocasionam desde quadros de interrupção da atividade, até situações de acometimento total da estrutura cortical, os dados disponíveis na literatura especializada acerca da fratura por estresse são escassos. O objetivo deste trabalho foi analisar as características biomecânicas de movimentos delocomoção de voluntários com históricos de fratura por estresse na tíbia. No presente estudo, foram analisadas 24 voluntárias: atletas profissionais com idade média de 18±1, sendo que destas, 17 nunca haviam apresentado nenhum episódio de fratura por estresse tibial (grupo controle). O grupo experimental (n=7) foi composto por atletas profissionais (que haviam apresentado histórico defraturas por estresse primária ou reincidente em algum momento de suas carreiras. O grupo controle (n=17) também foi composto por atletas profissionais que no entanto não haviam apresentado qualquer tipo de lesão musculoesquelética nos últimos 6 meses. As voluntárias foram avaliadas em movimentos específicos das modalidades praticadas (basquete e voleibol): salto vertical, salto horizontal, e mudanças de direção. As voluntárias foram monitoradas bilateralmente por eletromiografia de superfície nos mm. gastrocnêmio medial e tibial anterior onde foi avaliado RMS no janelamento de 50ms pré e pós contato do sujeito com a plataforma de força nas condições dedeslocamento antero-posterior, deslocamento lateral-medial, saltos horizontais e verticais, e pela plataforma de força piezoelétrica onde se avaliou a força pico, tempo de pico, gradiente decrescimento e impulso em 50ms nos momentos de transição de massa para os deslocamentos, controle de carga para os saltos verticais e propulsão e controle de carga para os saltos verticais. (Continua)

(Continuação) Os resultados mostram que apenas nas condições de deslocamento ântero-posterior houveram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, sendo que nessa condição, o grupo experimental mostrou um tempo para pico de força diminuído (O,20±0,090s-15±0,09s) e um gradiente de crescimento aumentado (12,63±10,04s - 20,7±18,31 s) quando comparado ao grupo controle para as variáveis dinâmicas. Para a mesma condição, os parâmetros relacionados à ativação muscular do grupo experimental, apresentaram-se diferenciados em relação ao grupo controle. O músculo gastrocnêmio medial, no momento da transição do deslocamento anterior para w posterior, apresentou uma atividade eletromiográfica maior no janelamento de 50 ms pré-contato com o solo (1, 19±0,84s -1,43±0,62s). Os resultados obtidos evidenciam a existência de importantes alterações no acionamento muscular das voluntárias com histórico de fratura por estresse, alterações estas que podem explicar o comportamento dinâmico observado no grupo

Acessar