Resumo

Nas duas últimas décadas no campo da educação física tornaram-se crescentes as controvérsias em face à sua diversidade de intervenções (esporte de rendimento, promoção de saúde, estética corporal, lazer, educação física escolar e etc.) e ao seu conhecimento que ainda carece de um objeto de estudo claramente definido, levando ambos os fatos à geração de obstáculos epistemológicos. Paralelo a este debate, constata-se freqüentemente que há tendências na sociedade em favor da prática de atividades físicas, mas não têm surgido garantias de qualidade no atendimento aos ,destinatários. Um resultado de tais carências foi a criação do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) em 1998 pelo Governo Federal por meio de uma lei que exige qualidade nos serviços pelos profissionais filiados a este órgão. O CONFEF ,manifestou-se primeiramente pela criação de um Código de Ética Profissional, instrumento regulador dos direitos e deveres dos profissionais de Educação Física em suas relações com a sociedade civil. Dada a inexistência de precedentes ao Conselho em evidência, bem como críticas contundentes à criação do próprio CONFEF, desenvolveuse ,uma pesquisa com 231 registrados no Conselho Regional do RJ e ES (CREF-01). O propósito foi o de se verificar qualitativamente compreensão e adesão por parte destes ,profissionais quanto às dimensões morais e éticas previstas no Código de Ética posto em prática desde 1999. O instrumento utilizado foi um questionário remetido a todos os profissionais registrados no CREF-01 em 2001. Os dados coletados de respondentes voluntários atenderam ao objetivo de se definir um perfil de compreensão e adesão para futuras políticas do CONFEF. As respostas ao instrumento foram analisadas pelo ,programa de estatística SAS System por vários cruzamentos, destacando-se a constatação de que 71.1% dos respondentes conhecem e classificam como importante o ,Código de Ética. Neste contexto, 32.9% dos respondentes julgam seus pares como não compreendendo o valor da ética em sua profissão; 25% acham o profissional tecnicamente despreparado, portanto sem ética profissional; já 15.4% dos respondentes consideram o profissional ético; 9.2% julgam o profissional como indiferente à sua profissão; e 8.3% interpretam o profissional como corporativista. Em abordagens mais genéricas, o grupo de amostra qualificada tendeu a se vincular ao CONFEF por adesão voluntária. Finalmente, recomendou-se ampliar a pesquisa a partir do perfil obtido, a ,fim de verificar sua representatividade no universo de profissionais registrados em cada região do país.

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