Resumo

Introdução: A ansiedade pré-competitiva e sua relação com as respostas fisiológicas apresentadas pelos atletas tem se tornado foco de pesquisas na área do treinamento esportivo. Porém, é necessária uma melhor compreensão sobre esse fenômeno em jovens escolares que participam de competições realizadas em jogos sucessivos Objetivo: Comparar a ansiedade competitiva, variabilidade de frequência cardíaca e cortisol salivar, antes e durante uma competição com calendário congestionado (3 jogos em 3 dias) em jovens atletas escolares de futsal. Métodos: Participaram 10 atletas (16,9 ±0,7 anos; 71,0 ± 5,1 Kg; 174,9 ± 4,3 cm) monitorados em uma sessão de treinamento (ST) durante uma semana preparatória para a competição e antes de cada um dos 3 jogos competitivos (2 jogos da fase classificatória e 1 jogo eliminatório). As cargas interna e externa de treinamento e competição foram estimadas pelo método da percepção subjetiva do esforço da sessão (PSE da sessão) (Foster, 1998) e pelo método PlayerLoad (Barrett, et al. 2014), respectivamente. Aproximadamente 60 minutos antes de cada partida foi preenchido o Competitive State Anxiety Inventory (CSAI-2R) para a verificação do estado de ansiedade pré-competitiva, bem como os jogadores foram submetidos avaliação da variabilidade de frequência cardíaca (VFC) no domínio do tempo (LnRMSSD) e a coleta de amostra salivar para verificação dos níveis de cortisol pré-jogo. Utilizou-se o teste anova one way de medidas repetidas, para a análise da ansiedade pré-competitiva, o teste de Friedman foi utilizado para a análise da VFC e cortisol salivar e para a análise da PSE foi utilizado o teste de equações de estimativas generalizadas (GEE), seguido do post-hoc de Bonferroni. Resultados: A PSE da sessão apresentou diferenças entre as partidas e a semana de treinamento (W(3) =16,392, p = 0,001), O PlayerLoad apresentou diferenças significantes entre as partidas (W(3) = 112,4, p ≤ 0,001). Os níveis de ansiedade cognitiva não foram estatisticamente significantes entre as partidas (F(1,644; 14,799) = 4,6, p = 0,73, eta parcial ŋ²= 0,28), assim como, não foi encontrada diferença significante nos níveis de ansiedade somática (F(2,09; 18,85) = 26,07 p = 0,057; eta parcial ŋ²= 0,27) e na autoconfiança (F(2,07; 18,85) = 15,875 p = 0,152; eta parcial ŋ²= 0,18). Os valores de cortisol não apresentaram alterações entre as partidas (χ²(3) = 4,320 p = 0,229), assim como os valores do LnRMSSD (χ²(3) = 3,360, p= 0,339). Conclusão: A competição no qual os atletas foram avaliados, não modificou significantemente o estado de ansiedade dos atletas e também não promoveu alterações na modulação vagal cardíaca e nos níveis de cortisol salivar.

Referência: RIBEIRO, Bruno Laerte Lopes. Comparação da ansiedade competitiva, variabilidade da frequência cardíaca e cortisol salivar antes e durante uma competição com calendário congestionado em jovens atletas escolares de futsal. 2019. 63f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.

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