Resumo

A Variabilidade da Freqüência cardíaca é utilizada como um meio não invasivo para
análise do sistema autonômico do coração. Estudos vêm tentando demonstrar um
ponto de mudança no seu padrão de resposta que possa apontar a transição
metabólica aeróbia-anaeróbia (Limiar de lactato - LL). De acordo com LIMA e KISS
(1999), a primeira carga em teste de esforço progressivo que apresentar valores de
SD1 (desvio-padrão da variabilidade instantânea batimento a batimento) inferior a
3 ms é correspondente ao LL. Enquanto, TULPPO (1996) considera o primeiro
estágio na qual a diferença entre o SD1 de 2 estágios consecutivos é menor que 1 ms
como o limiar de transição. Dessa forma, o objetivo do presente estudo é comparar
o limiar de transição, determinado pela Variabilidade da Freqüência Cardíaca (LiVFC),
entre os dois métodos propostos por LIMA e KISS (1999) e TULPPO et al. (1998).Vinte
e dois sujeitos foram submetidos a um teste progressivo no clicoergômetro até a
exaustão para a determinação do LiVFC. A carga inicial foi de 0,5Kp com aumento
de carga de 0,25Kp por minuto, sendo a freqüência do pedal mantida em um ritmo
constante de 60 rpm. Os sujeitos portaram o Polar S810 para o registro dos intervalos
da variabilidade da freqüência cardíaca. O SD1 foi obtido a cada minuto através do
programa Polar Precision Performance SW que analisa os intervalos R-R através da
plotagem de Poincaré. O LiVFC3ms foi determinado de acordo com o método de
LIMA e KISS (1999) e o LiVFC1ms de acordo com TULPPO et al.(1998). Foi realizada
teste-t de Student para amostras dependentes para a análise de comparação e
correlação de Pearson para a análise da relação, sendo adotado o nível de significância
de 5%. A média (desvio-padrão) do LiVFC3ms foi 1,91(0,8) Kp e do LiVFC1ms
foi 1,86(0,52) Kp, não sendo observada diferença significativa (p= 0,76) entre os
valores determinados pelos dois métodos. Os limiares apresentaram correlação
modesta, porém significativa (r= 0,5; p= 0,018). No entanto, na análise de correlação
de Pearson com a exclusão de 3 sujeitos, os quais apresentavam valores de limiar
muito acima da média, caracterizando-os como outliers, passou-se a não observar
correlação significativa entre os limiares, nesta condição, apontando a fragilidade
desta relação. A média da diferença entre os limiares foi de 0,45(0,52) Kp, o que
representa cercar de 24% dos valores de limiares. Desta forma, não é possível concluir
que os dois métodos identifiquem o mesmo ponto de transição

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