Resumo

A avaliação da Potência Aeróbia em atletas com tetraplegia, como indicador de limite máximo de tolerância ao exercício aeróbio, é uma importante área de interesse no campo da performance paradesportiva. O presente estudo teve como objetivo comparar as medições direta e indireta do Consumo Pico de Oxigênio (VO2pico) no teste de campo contínuo e incremental Octagon Multi-Stage Test (OMFT) bem como, correlacionar os valores obtidos no teste contínuo e incremental no ciclo-ergometro de braço (EB). Participaram desse estudo 8 atletas tetraplégicos praticantes de Rugby em cadeira de rodas. Os atletas inicialmente realizaram a avaliação antropométrica para o cálculo do índice de massa corporal (IMC) e percentual de gordura (%G) em seguida foram submetidos ao teste de campo incremental (OMFT) com a utilização do analisador de gás portátil K4b2 Cosmed para mensuração direta do VO2pico. Após 72 horas os mesmos atletas realizaram o teste contínuo e incremental no EB para obtenção dos valores de VO2pico. Pré e pós-testes foram mensurados os valores de Frequência Cardíaca (FC), Concentração de Lactato ([Lac]), Consumo de Oxigênio (VO2) e percepção Subjetiva de Esforço (PSE). Além disso, no teste de campo (OMFT) foram coletados os dados de distância total percorrida, estágio final e número de voltas realizadas variáveis para mensuração indireta do VO2pico. Para os valores de VO2pico, observou-se que no EB os valores de média do grupo foi de 17,8±6 ml/kg/min, enquanto que para o teste OMFT foram de 21,9±5,2ml/kg/min pela mensuração direta e 24,8±3,3ml/kg/min para a mensuração através da equação de predição pré-estabelecida, a FCmax foi de 129,1±24bpm no EB e de 127,8±26bpm no OMFT. Já a PSE foi de 8,2±1,03 no EB e de 6,5±2,2 no OMFT. Através do calculo de correlação entre as mensurações de VO2pico, observou-se alta correlação (r=0.86) entre as mensuração do OMFT direta e indireta com nível de significância de p<0.05 e através do teste de Bland-Altman foi observada a concordância entre os métodos com LIC95% variando de -2,8 a 8,5. O teste OMFT apresenta validade para mensuração da Potência Aeróbia em atletas com tetraplegia, porém, observa-se a necessidade de reajustes no protocolo para que os resultados encontrados sejam de fato mais próximos à realidade dos atletas com tetraplegia, possibilitando maior controle dos resultados obtidos e a prescrição da intensidade de exercícios, evitando assim, lesões devido à sobrecarga do treinamento. 

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