Resumo

Observa-se durante o protocolo incremental aumento não-linear do sinal
eletromiográfico com incremento da intensidade de esforço, o qual tem sido
denominado limiar de fadiga eletromiográfica (LFEMG). Estudos têm mostrado a
coincidência desse limiar com pontos de modificação de parâmetros ventilatórios e
metabólicos, o que poderia contribuir para instalação do processo de fadiga além de
modular o recrutamento adicional de fibras musculares do tipo II.Assim, o objetivo
deste estudo foi comparar e correlacionar o LFEMG dos músculos Reto Femoral
(RF) e Eretor da Espinha - Longissimus (LB) durante teste incremental em
cicloergômetro. Fizeram parte do estudo 7 indivíduos do sexo masculino (76,2 ±
8,0 kg e 177,8 ± 4,6 cm) os quais, realizaram um teste incremental em cicloergômetro
(modelo Corival 400, Quinton Inc, USA) do tipo rampa, com carga inicial de 0W,
com incrementos de 20W/min. Os experimentos eletromiográficos foram feitos
no Laboratório de Estudos Eletromiográficos da FEF-UNICAMP de acordo com
o preconizado pelo ISEK (1999). A atividade eletromiográfica foi registrada por
meio de um equipamento com 8 canais (modelo MP150, BIOPAC Systems Inc,
USA), com freqüência de amostragem de 2000Hz e filtro de freqüência de passagem
de 20Hz a 500Hz. Foram utilizados ainda, eletrodos bipolares de captação ativa
(modelo TSD 150, BIOPAC Systems Inc, USA) com distância entre eletrodos de 2
centímetros e sua colocação foi feita seguindo a padronização proposta por SENIAM.
A distribuição de normalidade foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk.As diferenças
entre os valores de LFEMG, obtidos nos músculos, foram verificadas mediante
teste Wilcoxon. A relação entre os limiares dos músculos foi estabelecida pela
correlação de Spearman.A significância estatística adotada foi de 5%. Os resultados
estão expressos em mediana e intervalo interquartílico. Os resultados demonstram
que não houve diferença estatisticamente significante entre os LFEMG (W) dos
músculos RF e LB (240 (30) vs. 240 (60); respectivamente). A correlação entre os
LFEMG dos músculos RF e LB foi de 0,46 (p>0,05). De acordo com os resultados,
sugere-se que o LFEMG dos músculos RF e LB são coincidentes, embora a
correlação entre os limiares não tenha sido significante. Portanto, parece haver um
controle do sistema nervoso central no padrão de recrutamento e de fadiga em
diferentes músculos, independente de sua participação durante o exercício em
cicloergômetro. Suporte: Processo FAPESP 04/12.

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