Resumo

O marco histórico foi a escalada do Mont Blanc, na Europa,em 1786.No século XX foram escalados o Annapurna, em 1950, o Everest, em 1953, e o K2, em 1954, todas com mais de 8000 metros. Mas depois de atingir os maiores picos, o que resta? Esta pesquisa busca mostrar que a competição é um estímulo que impulsiona os seres humanos no mundo vertical. A pesquisa filosófica com base em artigos científicos e livros especializados será o método deste estudo. O filme “Sete anos no Tibet” conta a saga do austríaco Heinrich Harrer em plena Segunda Guerra Mundial tentando chegar ao cume do Nanga Parbat, percebe-se que escalar é uma mostra de coragem e obstinação pela vitória. A busca por recordes sempre esteve presente, e Pat Morrow, em 1985 escalou o mais alto pico de cada continente. Reinhold Messnerfoi quem escalou primeiro todos os 14 picos com mais de 8000 metros e foi ao topo do Everest em 1978, sem usar oxigênio suplementar.No Brasil, também participamos desse processo. Waldemar Niclevics e Mozart Catão foram os primeiros brasileiros no topo do Everest, em 1995. Porém, Mozart morreu na face sul do Aconcágua, vítima de uma avalanche. Rodrigo Raineri e Vitor Negreti conseguiram em 2004, por esse mesmo caminho. Devido a esta proeza, em 2006, Vitor chegou ao cume do Everest sem oxigênio, mas morreu na descida por causa do frio e dos efeitos da altitude, um dia antes da primeira brasileira, Ana Boscariolli, conseguir com uso de oxigênio. Carlos Santalena foi o mais jovem com 24 anos e Manoel Morgado tinha 53 anos quando chegou ao cume. Além de motivações intrínsecas, descobrimos que forças externas também exercem seu poder, dando prestígio, fama, dinheiro e visibilidade na mídia. Mas a escalada em grandes montanhas cobra um alto preço de quem se arrisca. A prática da escalada em rocha foi um segundo passo no desenvolvimento da modalidade. O vale do Yosemite (EUA) transformou-se na Meca desse estilo e proporcionou o desenvolvimento de técnicas especificas e o desejo de escalar locais mais baixos, porém com maior dificuldade física e técnica. Isto estimulou o surgimento de ginásios para treinar, que não dependem do clima externo e permitem o treinamento em mais alto nível das habilidades e capacidades físicas, com menores riscos. Com o surgimento de paredes artificiais no fim do século XX cristalizou-se a relação da escalada como esporte competitivo, pois há facilidade em criar regras, estabelecer marcas e controlar o ambiente, apontando para um processo civilizatório do esporte. A escalada segue rumo ao espetáculo e o domínio dos meios de comunicação de massa e será apresentada nas Olimpíadas de Tokio em 2020. Conclui-se que a medição de proezas confere a escalada uma relação com o conceito de esporte tendo como referência a modernidade