Resumo

O comportamento sedentário (CS) é considerado um problema de saúde pública e tem sido associado a diversos desfechos negativos de saúde. Entretanto, ainda não se sabe muito sobre a prevalência do CS entre os profissionais de saúde da Atenção Básica, visto que este comportamento além de ter se tornado um importante fator de risco para o surgimento de doenças crônicas,  também pode ter se agravado durante a pandemia da COVID-19. Objetivo: Estimar a prevalência do CS e analisar as associações com fatores sociodemográficos, características ocupacionais e condições clínicas dos trabalhadores da saúde. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal, realizado durante a pandemia da COVID-19 com  105 profissionais de saúde da Atenção Básica, de um município da Bahia e outro de Minas Gerais. A coleta dos dados foi realizada por meio de formulário online, que incluiu condições sociodemográficas, ocupacionais, hábitos de vida e doenças referidas. O CS e a inatividade física foram avaliados utilizando o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) - versão longa. Realizou-se análise descritiva para caracterização da amostra e regressão logística de Poisson bruta e ajustada. Resultados: Os participantes foram majoritariamente mulheres (82,9%), agentes comunitários de saúde (42,9%),  com média de idade de 39,69 (± 10,81) anos. A prevalência de comportamento sedentário elevado foi de 53,3%. Essa condição associou-se ao nível de escolaridade (RP=1,88; IC 95%; 1,16–3,03) dos participantes e a presença de câncer (RP=0,31 IC 95%; 0,12 – 0,83). Conclusão: Os resultados mostraram que mais da metade dos trabalhadores apresentaram tempo elevado em comportamento sedentário e essa condição foi mais acentuada entre aqueles com menores níveis de escolaridade e entre os trabalhadores que tinham câncer. 

Acessar