Comportamentos Sociais Esperados e Ocorridos Por Pessoas com Síndrome de Down em Sessões de Atividade Motora Adaptada
Por Cristiani de França (Autor), Angela Teresinha Zuchetto (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O objetivo deste estudo foi verificar os comportamentos sociais esperados e ocorridos
de três participantes com Síndrome de Down (SD), durante sessões de Atividade
Motora Adaptada, sendo 1 participante, de 23 anos, do sexo feminino e 2 do sexo
masculino, um de 14 e um de 20 anos. Todos há mais de 3 anos freqüentam o
programa. Além dos sujeitos analisados, estavam presentes nas aulas, uma aluna
com distúrbio de comportamento (19 anos), 1 aluno com síndrome de Angelman
(14), 1 com paralisia cerebral (26) e 1 autista (15). As 7 aulas analisadas continham
atividades rítmicas, lúdicas, recreativas, expressão corporal, e atividades variadas com
arcos e bolas. Estas aulas foram planejadas com intuito de desenvolver ações como:
conversar, mostrando habilidade de se comunicar verbalmente; respeitar às regras,
mostrando capacidade de compreensão da atividade e disciplina; atender, envolvendose na atividade; brincar, relacionando-se com os colegas; e compartilhar nas atividades
com uso conjunto de materiais. Na aula de recreação, devido à forma como foi
organizada uma atividade, também foi esperado o comportamento ajudar/colaborar:
procurando alternativas para facilitar a execução da tarefa, o dinamismo e a
participação de todos. Para a coleta de dados utilizaram-se filmagens das aulas e
registro cursivo (RC). Após o RC, foram categorizados os dados e analisados, em
contexto, de forma qualitativa. Foram observados todos os comportamentos
esperados. Todos conversaram, tanto com seus colegas quanto com os adultos,
incluindo solicitações referentes às atividades, respostas a questionamentos e
repetições de falas. Devido à dificuldade das pessoas com SD relacionarem-se
socialmente, foi possível perceber, por vezes, que os sujeitos não mantinham contato
visual, o que, apesar de afetar a qualidade do comportamento não impediu a
comunicação. Os participantes brincaram, compartilharam materiais e atenderam,
envolvendo-se nas atividades com estímulo constante. Destacam-se comportamentos
sociais positivos como mostrar assertividade, assim como solicitar, observado em
todas as aulas, demonstrando o interesse e a necessidade que sentem em se comunicar.
É importante considerar que o comportamento de ajudar os colegas foi esperado
apenas na aula de recreação, mas só não ocorreu na aula de atividades lúdicas. Os
resultados evidenciam que a atividade motora proporciona aos indivíduos o
engajamento nas atividades de forma a estabelecerem interações sociais positivas.