Resumo

OBJETIVO: Relacionar o comprometimento funcional de crianças com paralisia cerebral (PC) à condição socioeconômica familiar e ao nível de instrução do cuidador na sobrecarga de cuidado.MÉTODOS: Estudo descritivo, transversal e observacional. A classificação funcional, a condição socioeconômica familiar e a sobrecarga de cuidado de crianças com PC foram investigadas por meio de análise de prontuário e aplicação de questionário semiestruturado. Foi realizada estatística descritiva (média, desvio padrão e variabilidade) e inferencial (correlação de Pearson). O nível de significância adotado foi de p≤0,05.RESULTADOS: Foram avaliadas 20 crianças com PC, com prevalência do sexo masculino (55%, n=11), média de idade de 12,6±4,9 anos, 70% (n=14) classificadas como nível de comprometimento funcional grave. Quanto aos cuidadores informais, foi encontrada prevalência do sexo feminino (85%, n=17), média de idade de 41±7,6 anos, nível de escolaridade médio completo (40%, n=8), condição socioeconômica classe C2 (45%, n=9), renda média domiciliar de R$ 1.446,24 e 60% (n=12) apresentaram pontuação média de 58,5 pontos (±14,27) na escala que verificou a sobrecarga do cuidado. Foi encontrada correlação moderada inversa entre nível socioeconômico familiar e escolaridade do cuidador (r=-0,634, p=0,003).CONCLUSÕES: Não foram encontradas associações entre sobrecarga de cuidado e variáveis estudadas. Embora o menor grau de escolaridade tende a repercutir no pior nível socioeconômico familiar, foi identificado que o auxílio financeiro e os programas de ensino governamentais disponibilizados à amostra estudada proporcionaram facilidade no acesso à educação dos cuidadores com menor nível socioeconômico, assim como o abandono do emprego repercutiu em maior tempo disponibilizado para a demanda de cuidados com a criança e com os estudos.

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