Confiabilidade da Fotogrametria em Relação a Goniometria Para Avaliação Postural de Membros Inferiores
Por Isabel de Camargo Neves Sacco (Autor), S. Alibert (Autor), B. M. C. Queiroz (Autor), D. Pripas (Autor), I. Kieling (Autor), A. A. Kimura (Autor), A. E. Sellmer (Autor), R. A. Malvestio (Autor), M. T. Sera (Autor).
Em Revista Brasileira de Fisioterapia v. 12, n 5, 2007. Da página 411 a 417
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: A avaliação postural bem como a mensuração da amplitude articular são instrumentos fundamentais para o diagnóstico, planejamento e acompanhamento da evolução e dos resultados de um tratamento fisioterapêutico. Elas podem ser realizadas tanto pela goniometria - método mais utilizado na clínica fisioterapêutica - como, com o avanço tecnológico, pela fotogrametria. OBJETIVOS: Verificar a confiabilidade paralela da fotogrametria computadorizada, utilizando dois softwares, o Corel Draw e o SAPo, em relação à goniometria para quatro ângulos nos membros inferiores. CASUÍSTICA E MÉTODOS:Foram estudados 26 voluntários de ambos os sexos, assintomáticos, com idade entre 18 e 45 anos, sem anisomelia de membros inferiores maior que 1 cm. Foram mensurados os ângulos tíbio-társico (TT), de flexo/extensão do joelho (flex/ext), ângulo Q (Q) e ângulo do retropé, inicialmente, com um goniômetro manual e, posteriormente, pela fotogrametria digital por meio dos softwares Corel Draw v. 12 e SAPo v.0.63. RESULTADOS: Os ângulos TT (p= 0,9991), do retropé (p= 0,2159) e de flexo/extensão do joelho (p= 0,4027) não foram estatisticamente diferentes entre os 3 métodos de avaliação. Já o ângulo Q foi significativamente diferente entre a goniometria e os dois softwares usados na fotogrametria (p= 0,0067), embora os valores obtidos pelos mesmos não tenham diferido entre si (p= 0,9920), demonstrando que os resultados da fotogrametria não foram influenciados pelos softwares utilizados. CONCLUSÃO: Para os ângulos avaliados em sujeitos jovens assintomáticos, a fotogrametria computadorizada é confiável paralelamente à goniometria, exceto para o ângulo Q. Portanto, na clínica fisioterapêutica, deve-se ter cautela no uso de medidas de ângulo Q provenientes de diferentes métodos de avaliação postural.