Resumo

Localizada na Rua da Consolação em São Paulo, a Praça Franklin Roosevelt vem chamando atenção em consequência de uma série de transformações, não apenas estéticas, mas também sociais ocorridas no local. Jovens skatistas são frequentes usuários desse equipamento para prática da atividade, o que gerou uma grande repercussão polêmica nas mídias de massa voltada a um conflito existente entre tal grupo e os moradores locais em relação à segurança e uso comum do local. Medidas foram tomadas por autoridades delimitando um local para os praticantes da atividade, porém o convívio antagônico aparentemente permanece. Essa informação acerca da compreensão do ponto de vista profundo de ambos os grupos envolvidos na questão central, julgadas de forma muito similar, é essencial para o entendimento das questões envolvidas na situação conflitante, e sem dúvidas, este é o primeiro passo que pode acarretar em melhorias reais para o local, de forma que a Praça atinja seu objetivo de atender a toda sua demanda de maneira democrática, onde ambos os grupos possam exercer seu direito de ir e vir e convivessem em harmonia. O objetivo deste trabalho é entender essa divergência relatada pela mídia nos últimos meses, de modo que os dois lados – skatistas e moradores – tivessem suas perspectivas ouvidas e analisadas igualitariamente, além de identificar as origens da hostilidade decorrente no local para que sua maior compreensão fosse aplicada em busca de possíveis soluções. Para isto, além da pesquisa bibliográfica, foi necessária uma pesquisa de campo que ocorreu aos sábados à tarde com oito pessoas de cada um dos grupos envolvidos na desinteligência em questão, totalizando 16 entrevistas. Para a análise do presente trabalho foi feita uma pesquisa baseada no plano qualitativo com o método da história oral, trazendo uma variedade historiográfica; como instrumentos para as entrevistas foram utilizados gravadores que permitiram uma análise minuciosa das respostas dos entrevistados; uma carta de cessão que foi preenchida por todos que responderam à entrevista e um diário de campo para anotações consideradas de extrema relevância. Através da coleta de dados, pode-se perceber claramente que os skatistas estão mais inteirados nos acontecimentos conflitantes, e a maioria possui uma opinião de como o descontentamento iniciou e o porquê de perpetuar até os dias atuais; já os moradores, de modo geral, possuem uma opinião mais crítica referente às atitudes dos skatistas e afirmam que o conflito teve origem de forma natural, sempre existiu e apenas está em processo de intensificação. Opiniões sobre a presença da Guarda Civil Metropolitana e a postura das instituições do poder público referente à infraestrutura e organização da praça obtiveram respostas unânimes através do descontentamento expressado. De maneira geral, foi possível diagnosticar características relevantes para o processo de entendimento do conflito, principalmente referente à opinião dos skatistas que acabam por não serem muito ouvidos pelas mídias de massa; todavia, a situação é bastante complexa, podendo acarretar a pesquisas mais profundas para um melhor entendimento
 

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