Resumo

Trata-se de uma investigação inédita que busca conexões entre a dinâmica sócio-espacial da cidade do Rio de Janeiro no advento da modernidade e a introdução da prática esportiva na vida urbana. Por dinâmica sócio-espacial entendemos o conjunto articulado de objetos da materialidade urbana e as respectivas práticas sociais de apropriação deste conjunto. Pressupomos que durante todo o período colonial, a incipiente urbanização brasileira conformou um cenário de parcos e pouco dinamizados espaços públicos. Sugerimos que o processo de modernização urbana, que se verifica a partir de meados do século XIX, permite uma crescente renovação de usos dos espaços públicos da cidade, e neste contexto inserimos o processo de adesão maciça aos esportes, constatado em jornais de época, registros do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro e na escassa literatura específica. Decorrentes de radicais intervenções urbanísticas, surgem novas formas na materialidade da cidade, dotadas de novos códigos de uso, ao mesmo tempo em que os velhos espaços são atingidos e redefinidos em sua funcionalidade por novos agentes sociais. Tomando como estudo de caso a cidade do Rio de Janeiro em sua transição de um urbano colonial ao espaço da modernidade, procuramos apresentar e debater aspectos deste amplo movimento de adoção, ritualização e exibição pública de práticas esportivas. ( p. 17-41)

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