Resumo

A dança, além de constituir-se como área específica do campo de conhecimento,
caracteriza-se como um dos conteúdos da cultura corporal de movimento na escola.
O objetivo do presente estudo foi investigar os conteúdos de dança na Educação
Física escolar, e para tal foi realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de verificar o
que a literatura discute sobre o tema. Nota-se que há aulas de dança que se restringem
à execução mecânica de gestos e repetição de coreografias, que posteriormente são
apresentadas em festivais de fim de ano. Todavia há que se pensar que dançar é mais
do reproduzir movimentos, que as aulas de dança podem ir além "da prática pela
prática", obtendo um ensino que proporcione "significado ao dançar e ao fazer
dança". A dança envolve o desenvolvimento do movimento expressivo e criativo.
Essas características podem ser obtidas por meio de aulas de improvisação em que
se estimulam nos alunos várias possibilidades de movimentação, amplia-se sua
criatividade, sua capacidade de expressão e experimentação, de sensibilidade musical
e corporal. Esse método é viável a todos os alunos, pois não requer talentos e
habilidades específicas. A improvisação é uma forma de não restringir a dança aos
seus aspectos técnicos, mas de ampliá-la em seus aspectos mais livres, expressivos,
espontâneos, onde permite que os alunos criem novas formas de movimentos,
descondicionados daqueles padronizados pelo cotidiano. Essa atividade acaba
gerando nos alunos maior autoconfiança e autonomia. No entanto, é preciso um
cuidado para que a aula de improvisação não se transforme em espontaneísmo, no
desenvolvimento da criatividade através do laissez - faire. Um outro fator da dança
na escola consiste em evitar o ensino de técnicas específicas de qualquer estilo de
dança. A dança educacional não deve priorizar seus aspectos técnicos, mas sim os
seus aspectos expressivos. Ou seja, deve evitar o foco apenas no aperfeiçoamento
técnico e no virtuosismo. Pois outros elementos também são importantes na dança
como a imaginação, a sensibilidade, a criatividade, a expressividade. Com base na
discussão da literatura foi possível constatar a necessidade de se buscar conteúdos
de dança condizentes aos propósitos da Educação Física escolar, no lugar de um
ensino de dança virtuosa, que preconiza técnicas fixa de dança, meras cópias e
execução de coreografias, ou mesmo que se apóia em práticas espontaneístas.

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