Resumo

O presente estudo teve o objetivo de identificar, por meio do uso de métodos não- invasivos, a carga interna de treino em atletas de futsal da categoria sub 18 e avaliar a influência do treinamento prescrito nas capacidades físicas do futsal, além de quantificar a carga externa de treino. Fizeram parte do estudo nove sujeitos com 17,2 ± 0,4 anos de idade, massa corporal de 68,1± 9,3 kg, estatura de 176,4 ± 6,6 cm e % gordura de 9,9 ± 6,8%, que competiam em nível estadual. A carga externa de treino foi quantificada durante todo o macrociclo anual do treinamento. Os treinamentos foram monitorados medindo-se a frequência cardíaca (FC), a percepção subjetiva de esforço (PSE) e o impulso de treinamento (Trimp) de Edwards e Banister, em todos os treinamentos realizados em quadra (n = 330). Os sujeitos foram submetidos a avaliações antropométricas, de composição corporal e testes físicos de controle de campo e de esteira para analisar a influência do treinamento realizado nas capacidades físicas solicitadas em quadra. Para verificar a magnitude da mudança no desempenho após o treinamento, foi calculado o delta percentual do momento pré e pós e foi utilizada a análise qualitativa das diferenças baseada em magnitude. A distribuição da carga externa ocorreu da seguinte forma: 77% do tempo de treino foi destinado ao treinamento técnico/tático (contato com a bola) e 23% do tempo foi empregado o desenvolvimento das capacidades físicas dos atletas. As correlações individuais entre a carga interna baseada no método da PSE e os de impulso de treinamento de Edwards e Banister foram de moderada (r = 0,58; r = 0,48) a forte (r = 0,79; r = 0, 78), respectivamente. Os resultados evidenciaram um aumento no desempenho nas seguintes variáveis: saltos verticais, velocidade de aceleração, média dos sprints, índice de fadiga, distância percorrida no yo – yo intermittent recovery test level 1, velocidade máxima atingida no teste de esteira. A PSE pode ser considerada como uma ferramenta válida para monitorar a carga interna global das sessões de treino no futsal. O impulso de treinamento de Edwards parece constituir-se melhor explicação com o método da PSE, quando comparado com o impulso de treinamento de Banister. A intensidade média das sessões de treino foi de 69 %FCmáx e 55 %FCres, e a intensidade percebida pelos atletas foi considerada forte (5,8 ± 1,5 UA) de acordo com a escala de CR – 10. O treinamento prescrito influenciou positivamente o desempenho nas capacidades físicas solicitadas futsal.

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