Resumo

Introdução: A seleção brasileira de handebol de praia tradicionalmente realiza uma intertemporada de treinamentos intensos com várias sessões diárias nas semanas anteriores às principais competições. Isso pode gerar um desgaste excessivo, mas a monitoração fisiológica pode orientar a comissão técnica para modular as cargas de treino, evitando esse desgaste. Objetivo: Monitorar as respostas fisiológicas de atletas da seleção brasileira feminina de handebol de praia em uma intertemporada de treinamento com cargas moduladas em função das respostas fisiológicas. Métodos: Dezessete atletas (27,1 ± 3,8 anos) foram avaliadas antes do início da intertemporada (E1), no 8º dia (E2) e no 18º dia (E3). Foram coletadas amostras de sangue para posterior análise de marcadores de desgaste muscular (creatina quinase [CK] e lactato desidrogenase [LDH]), um registro eletrocardiográfico foi feito para avaliação da modulação autonômica cardíaca (MAC) e aplicou-se o questionário Profile of Mood States (POMS) para avaliação do estado de humor. Os resultados eram informados à comissão técnica, que realizava ajustes nos treinos em função do estado individual de cada atleta. Resultados: A CK aumentou significativamente de E1 para E2 (131,1 ± 80,9 vs. 212,9 ± 131,7) e ficou inalterada (212,9 ± 185,6) até E3, enquanto o LDH foi significativamente reduzido de E2 para E3 (590,7 ± 120,2 vs. 457,8±86,6), terminando a intertemporada com valores similares a E1 (512,7 ± 190,6). A única alteração notada foi a sensação subjetiva de fadiga do questionário POMS, que se apresentou significativamente elevada no E2 (4,82 ± 4,05) e no E3 (5,5 ± 4,8) em relação ao E1 (2,06 ± 2,61), mas sem alteração da perturbação total de humor detectada neste instrumento. Conclusão: Com a modulação das cargas de treinamento em função de resultados de testes fisiológicos, as atletas da seleção brasileira de handebol de praia respondem de forma fisiologicamente adequada, mesmo perante brusco aumento das cargas de treinamento por 18 dias consecutivos. Nível de evidência III; Estudo diagnóstico – Investigação de um exame para diagnóstico.

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