Resumo

Velocidade e precisão na produção de movimentos orientados à contatação de alvos físicos são
duas variáveis cuja relação inversamente proporcional já é bem conhecida no controle de habilidades
motoras. Neste estudo foi investigado se o mesmo fenômeno ocorre na produção de movimentos balísticos
mais complexos, em que o alvo espaço-temporal a ser atingido pela mão é virtual. Além disso, foi verificado
se a alteração da demanda de precisão tem implicações para o número de graus de liberdade utilizados no
controle do movimento. Em um delineamento experimental de grupo único, sete sujeitos arremessaram bolas
de tênis de mesa à alvos circulares de diferentes tamanhos (10, 30 e 60 cm de diâmetro), dispostos a 1,50 m
de distância, procurando empregar o máximo de potência sem que isso levasse a erros de desempenho. Os
movimentos foram registrados através de um sistema optoeletrônico (OPTOTRAK), empregando-se
marcadores ativos nas articulações do quadril, ombro, cotovelo e punho. A partir do registro dinâmico destes
marcadores, diversas variáveis cinemáticas foram analisadas. Os resultados mostraram um modo singular de
coordenação intersegmentar entre os sujeitos, com o quadril tendo um papel passivo na execução do
movimento, desde que o hemiquadril direito foi projetado para trás a partir do momento em que o braço
começava a ser estendido para frente. Não foram encontradas diferenças no modo de execução do movimento
para alvos de diferentes tamanhos, o que sugere que mesmo sujeitos habilidosos em arremesso necessitam de
um processo de aprendizagem para adaptar-se à exigências particulares na sua execução.

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