Resumo

O objetivo do presente estudo é analisar e compreender como as diferenças são significadas e representadas por alunos que compõem o universo das aulas de Educação Física no Ensino Médio, sejam elas físicas, de gênero, de cor da pele, maneiras de se vestir, ou até mesmo culturais. Objetiva ainda, entender como as suas identidades são construídas em relação ao corpo. A escolha destas turmas do Ensino Médio justifica-se pelo interesse despertado pelas grandes mudanças de natureza física, psicológica e subjetiva que os estudantes dessa faixa etária estão propícios a passar, ou seja, estão entrando na fase da adolescência, deparando-se com uma diversidade de códigos morais, com vários grupos diferentes, com crenças diferentes, com proclamações diversas e, consequentemente, muitos necessitam de certa identificação com algum grupo, através de uma legitimação identitária. A realização desta investigação ocorreu a partir de observações realizadas durante um bimestre letivo, em 2 (duas) escolas da rede pública estadual de ensino de Dourados-MS. Neste ambiente escolar, a pesquisa é de natureza qualitativa, descritiva, delineada a partir da análise das falas de 10 (dez) alunos dessas turmas, através de entrevistas semiestruturadas, sendo estas filmadas (áudio e vídeo), bem como as representações afloradas no decorrer das aulas, que foram descritas através das observações. Durante todo o processo de estruturação da pesquisa, no processo de análise da constituição ou da busca de uma identidade, percebeu-se a relação paralela que há entre a identidade cultural e o corpo, tendo o segundo como parte integrante e participante ativo na legitimação identitária dos atores sociais nas aulas de Educação Física no Ensino Médio, em ambas as escolas. Tomamos esses fatos como indício de que na contemporaneidade a identidade é mutável, às vezes, involuntariamente, ou de maneira camuflada, oculta, mas sempre transformada.

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