Resumo

Os indicadores antropométricos de obesidade são preconizados como estratégias eficazes na estimativa da quantidade de adiposidade generalizada e/ou centrípeta. O acumulo excessivo de adiposidade corporal, especificamente a centrípeta, resulta em diversas alterações metabólicas especificamente a hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia e a intolerância à glicose as quais são consideradas fatores de risco ao desenvolvimento do diabetes mellitus (DM). O presente estudo objetivou correlacionar o Índice de Adiposidade Corporal (IAC) com os indicadores antropométricos de obesidade em mulheres idosas portadores do diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Estudo transversal, descritivo e quantitativo realizado com 15 pacientes idosos do sexo feminino portadores do DM2 de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no município de Beberibe (CE). Foram mensuradas as medidas das variáveis antropométricas: massa corporal, estatura, perímetros da cintura e quadril em concordância com as diretrizes técnicas dos Padrões Internacionais para Avaliação Antropométrica sendo, portanto, executadas por um antropometrista com acreditação nível três concedida pela Sociedade Internacional para o Avanço da Cineantropometria (ISAK). A precisão das medidas mensuradas foi reproduzida por meio da estimativa do cálculo de Erro Técnico de Medida (ETM) absoluto (mm) e relativo (%) intra-avaliador. A adiposidade corporal foi estimada por meio do IAC. O diagnóstico preditivo do sobrepeso e/ou obesidade foi realizado através da utilização dos indicadores antropométricos de obesidade: Índice de Massa Corporal (IMC), Perímetro da Cintura (PC), Relação Cintura/Quadril (RCQ), Relação Cintura/Estatura (RCE) e o Índice de Conicidade (IC). Para a análise dos cálculos e interpretação dos resultados foram realizados procedimentos de análises estatísticas descritivas e inferenciais utilizando o software estatístico SPSS (versão 21.0). Para a análise de correlação entre as variáveis em estudo, aplicou-se o teste de Pearson. A média de idade, massa corporal, estatura, perímetro da cintura e quadril foram respectivamente 73,3 anos (± 5,0); 56,2 kg (± 7,97); 144,2 cm (± 4,47); 96,2 cm (± 7,18) e 97,8 cm (± 6,9). A obesidade esteve presente em 93,3% das idosas avaliadas pelo o IAC, apresentando média de percentual de adiposidade (%G) de 38,56% (± 4,61). Na avaliação do IMC, 46,6% das idosas estavam acometidas ao sobrepeso, enquanto o excesso de adiposidade centrípeta esteve evidenciado em todas as idosas investigadas pelo o PC, RCQ, RCE e IC. Os resultados obtidos evidenciam correlações positivas do IAC com o IMC (0,77), a RCE (0,85) e o PC (0,67), entretanto, negligíveis com o IC (0,13) e a RCQ (-0,18). Os supracitados resultados contribuem na seleção satisfatória dos indicadores antropométricos de obesidade como diagnóstico inicial do excesso de adiposidade na amostra analisada aderindo-se, portanto, como uma estratégia exequível, aplicável e eficaz na Atenção Primaria de Saúde.

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