Resumo

Introdução: A associação entre a frequência cardíaca de recuperação (FCR) com a modulação cardiovagal e a responsividade da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) no repouso é um assunto controverso e pouco explorado. Objetivo: Correlacionar a FCR relativa (∆%) durante 5 min após teste de esforço máximo (TEmax) com a VFC e a sua responsividade em homens e mulheres. Métodos: Foram avaliados 64 indivíduos, 34 mulheres (22,2±2,4 anos e índice de massa corporal (IMC) 22,6±2,1 kg/m2) e 30 homens (25,2±6,4 anos e IMC 23,6±2,1 kg/m2). Todos foram submetidos a avaliação da VFC no repouso, e avaliação da ∆%FCR imediatamente após o TEmax. No repouso foi realizada a gravação dos intervalos R-R (iRR) e posteriormente a análise do registro curto (5 min) da VFC utilizando a Plotagem de Poincaré (índice SD1 – marcador da atividade cardiovagal) nas posições supina e ortostática e sua variação relativa (∆%SD1sup-ort) após mudança postural. Na sequência, os voluntários realizaram o TEmax em esteira rolante e imediatamente após o teste, iniciou-se a fase de recuperação ativa (2,4 km/h e 2,5% de inclinação) com o registro da ∆%FCR no 1o, 3o e 5o min de recuperação. Os registros dos iRR no repouso e da ∆%FCR foram obtidos por meio do cardio-frequencímetro Polar RS800® para na sequência serem processados e analisados utilizando o software Kubios® HRV. Como os dados não atenderam os pressupostos de normalidade (teste de Shapiro Wilk) foi utilizado o teste de correlação de Spearmam ao nível de significância de P ≤ 0,05. Resultados: Em mulheres a ∆%FCR está positivamente associada com a modulação parassimpática na posição ortostática previamente ao esforço. Por outro lado, em homens a ∆%FCR está diretamente associada com a responsividade parassimpática após mudança postural ativa. Conclusão: Para ambos os gêneros a ∆%FCR se associou positivamente com a função autonômica cardíaca no repouso. Entretanto os mecanismos de associação da ∆%FCR com o status autonômico no repouso em mulheres e homens parecem ser distintos. A dinâmica da ∆%FCR em mulheres parece depender do grau de modulação cardiovagal no repouso, enquanto que em homens, a dinâmica da ∆%FCR parece pender da responsividade cardiovagal após mudança postural.

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