Resumo

A literatura cientifica apresenta dados sobre os efeitos benéficos da atividade física, os quais são claros ao destaca-la como um fator protetor para a ocorrência de doenças ao longo da vida. Já o comportamento sedentário tem o efeito prejudicial à saúde, se correlacionado com a ocorrência de doenças ao longo da vida. Além disso, condição socioeconômica e hábitos comportamentais de pais e mães podem afetar tais associações. OBJETIVO: Analisar diferentes domínios de atividade física e tempo em comportamento sedentário de acordo com nível socioeconômico de meninos e meninas e seus pais. MÉTODOS: Estudo transversal, composto por 1231 adolescentes de 12 a 17 anos (515 meninos e 716 meninas) da cidade de Londrina. Amostra dividida de acordo com a classificação socioeconômica (alta=128, média=352, baixa= 751) . A atividade física foi coletada pelo questionário de Baecke pelo escore de atividade física de lazer (AFL) e de deslocamento (AFD). Termos de consentimento e assentimento foram assinados pelos responsáveis e pelos participantes. Idade cronológica obtida através de entrevista face-a-face. Peso e altura mensurados durante avaliação antropométrica. Os domínios do comportamento sedentário (CS) foram avaliados pelo número de horas/semana de televisão (TV) e de computador pelos pais e adolescentes. A classificação econômica foi avaliada por instrumento da Associação Brasileira de Empresas e Pesquisa (ABEP). A análise estatística foi composta pelos testes de Kolmogorov-Smirnov, post-hoc de Bonferroni e correlação de Pearson. A significância estatística foi definida em 5%. RESULTADOS: Considerando a caracterização geral da amostra, adolescentes da classe socioeconômica alta apresentaram maior peso (p= 0,015) e maior escore de AFL (p= 0,011) que os de classe socioeconômica baixa; adolescentes da classe socioeconômica média apresentaram maior altura (p=0,002), maior escore de AFL (p=0,032) e maior tempo de uso de computador (p=0,001) que os de classe socioeconômica baixa. Pais da classe socioeconômica alta apresentam maior escore de AFL que os de classe média e baixa (p= 0,010 e 0,001 respectivamente); pais da classe socioeconômica média apresentam maior peso (p= 0,033) e maior score de AFL (p= 0,006) que os de classe baixa. Mães da classe socioeconômica alta apresentam maior altura, score de AFL e score de AFD que as de classe baixa (p= 0,001, 0,016 e 0,016 respectivamente). Ao correlacionar os domínios de atividade física e comportamento sedentário de meninos e meninas e seus pais, apenas a AFD de meninas e de suas mães, da classe socioeconômica alta, apresentaram correlação moderada (r= 0,51, p= 0,001). CONCLUSÃO: Escore de atividade física de deslocamento de mães e filhas da classe socioeconômica alta se correlacionam diretamente em moderada magnitude entre si.

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